O programa geral prevê, até 2027, um investimento total de € 300 bilhões (R$ 1,6 trilhão) em todo o mundo. Esse dinheiro será usado em projetos de infraestrutura, climáticos e digitais para fortalecer as cadeias de abastecimento da Europa, impulsionar o comércio da UE e ajudar a combater a mudança climática.
Por Redação, com Reuters - de Bruxelas
Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen anunciou, na manhã desta segunda-feira, que a União Europeia (UE) vai investir mais € 45 bilhões (R$ 242 bilhões) na América Latina e no Caribe, como parte do programa Global Gateway. O anúncio aconteceu na abertura do fórum empresarial da cúpula Celac-UE, que acontece até nesta terça-feira, na capital belga. O encontro reúne líderes dos 33 países da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), entre eles o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT); além dos 25 da União Europeia (UE).
— Quero hoje lançar nossa agenda de investimentos para € 45 bilhões para a América Latina e Caribe. Em conjunto, vamos priorizar os setores que receberão esse dinheiro. O Global Gateway não faz só diferença pela dimensão. Cria uma nova abordagem e uma nova forma para apostar em novos projetos. É fundamental que o investimento se mantenha no local — anunciou von der Leyen.
Energia
O programa geral prevê, até 2027, um investimento total de € 300 bilhões (R$ 1,6 trilhão) em todo o mundo. Esse dinheiro será usado em projetos de infraestrutura, climáticos e digitais para fortalecer as cadeias de abastecimento da Europa, impulsionar o comércio da UE e ajudar a combater a mudança climática. No mês passado, em visita a Brasília, von der Leyen já havia anunciado investimento de € 2 bilhões de euros (R$ 10,7 bilhões) em hidrogênio verde no Brasil.
— A América Latina e o Caribe podem vir a ser uma fornecedora de energia. O setor das eólicas cresce exponencialmente e o próximo passo é transformar isso em hidrogênio verde, que pode ser exportado entre continentes e pode ser usado na indústria local, em setores como aço ou nos carros e caminhões — afirmou a executiva.
Mercosul
Ainda segundo a dirigente europeia, “outro exemplo é a matéria-prima crítica. Ao contrário de investidores estrangeiros comuns, não estamos apenas interessados na extração dessas matérias-primas, mas sim em construir uma parceria”.
Na sexta-feira, o Brasil compartilhou com os demais países do Mercosul uma contraproposta a um texto que UE enviou em março. É esse novo documento que, se aprovado no bloco, Lula pretende que os europeus assinem antes de 2024. O presidente brasileiro tem uma série de reuniões programadas para as próximas 48 horas.