O Brasil é o segundo principal fornecedor de aço para os EUA, que são o principal destino das exportações do produto brasileiro.
Por Redação – de Brasília
O governo brasileiro ainda não se pronunciou sobre o anúncio oficial do governo dos Estados Unidos (EUA) sobre a taxação de 25% sobre as importações de aço e alumínio. O anúncio, que ocorreria na tarde desta segunda-feira, acabou acontecendo durante a noite.

Assim, o anúncio de possíveis retaliações, em resposta ao aumento dos custos para exportar esses produtos para o mercado norte-americano, também ficou para um momento posterior, provavelmente nesta terça-feira. Ministro da Fazenda, o economista Fernando Haddad comentou, nesta manhã, o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump.
— O governo tomou a decisão de só se manifestar, oportunamente, com base em decisões concretas, e não em anúncios que podem ser mal interpretados ou revistos. O governo vai aguardar a decisão oficialmente antes de fazer qualquer manifestação — afirmou Haddad, a jornalistas.
Negativa
O Brasil é o segundo principal fornecedor de aço para os EUA, que são o principal destino das exportações do produto brasileiro. Questionado se o governo discute taxar, em retaliação, as ‘big techs’ – as gigantes da tecnologia, como Google, Meta e X, Haddad respondeu que o governo vai “aguardar a orientação do presidente da República depois das medidas efetivamente implementadas”.
Em entrevista a rádios mineiras na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil tem direito de usar a lei da reciprocidade.
— Para nós, o que seria importante seria os EUA baixarem a taxação e nós baixarmos a taxação. Mas, se ele e qualquer país aumentar a taxação do Brasil, nós iremos taxá-los também. Isso é simples e muito democrático — disse Lula.
Cotas
Durante o seu primeiro mandato, Trump impôs tarifas sobre o aço e o alumínio, mas concedeu depois cotas de isenção para parceiros, incluindo Canadá, México e Brasil, que são os principais fornecedores desses produtos.
Segundo dados da Administração de Comércio Internacional do governo dos EUA, o Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para o país em 2024, perdendo apenas para o Canadá. Já levantamento do Instituto do Aço Brasil, com base em dados oficiais do governo brasileiro, afirma que os EUA foram o principal destino do aço do país, representando 49% de todo o aço que o Brasil exportou em 2023.
— Para não deixar dúvida, não é correta a informação de que o governo Lula deve taxar empresas de tecnologia se o governo dos Estados Unidos impuser tarifas ao Brasil — encerrou o ministro.