A nova frota atenderá os 210 desembargadores, juízes que atuam em varas criminais e na Vara de Execuções Penais, além de jurados convocados para julgamentos envolvendo organizações criminosas.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) irá receber, até março do próximo ano, 320 veículos Toyota RAV4 blindados destinados a reforçar a segurança de magistrados e jurados. A nova frota atenderá os 210 desembargadores, juízes que atuam em varas criminais e na Vara de Execuções Penais, além de jurados convocados para julgamentos envolvendo organizações criminosas. O investimento total é de R$ 131,9 milhões.
A informação é do diário conservador carioca O Globo. A decisão da atual administração foi motivada pelo aumento das ameaças e ataques contra juízes — entre eles o atentado sofrido pela juíza do 3º Tribunal do Júri, Tula Corrêa de Mello, em 30 de março. A magistrada sobreviveu graças ao carro blindado fornecido pelo tribunal e aos conhecimentos de direção defensiva. No mesmo ataque, o marido dela, o policial civil João Pedro Marquini, foi morto pelos criminosos após ser atingido em outro veículo.
Renovação a cada cinco anos
A troca da frota segue o ciclo de renovação a cada cinco anos. Baseado na Resolução 435 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o TJRJ decidiu substituir o modelo anterior de locação pela compra dos veículos blindados. A escolta armada feita por policiais militares continuará, assim como os cursos de direção defensiva oferecidos aos magistrados.
Segundo estudo técnico do tribunal, adquirir os veículos oferece economia de R$ 326 mil por unidade ao longo de 60 meses, em comparação ao aluguel. O cálculo ainda desconsidera reajustes anuais, normalmente vinculados ao IPCA. Atualmente, o TJRJ utiliza apenas 35 carros blindados locados.
Detalhes do modelo
O modelo escolhido, o RAV4, permitirá instalação de blindagem mais robusta — ponto considerado essencial após o ataque à juíza Tula, quando a concentração de tiros quase rompeu o para-brisa do veículo utilizado por ela.
O tribunal também contabilizou vantagens operacionais, como a existência de oficina própria para a manutenção após o fim da garantia. Com o leilão dos 279 veículos da frota atual — 214 Corollas e 65 Jettas — pelo valor inicial da Tabela Fipe, o TJRJ espera recuperar parte do investimento.
Desde o assassinato da juíza Patricia Acioli, em 2011, morto por policiais militares após anos de ameaças, o TJRJ vem ampliando as medidas de segurança institucional para magistrados que atuam em casos de alta complexidade criminal. A nova frota é mais um passo nesse processo.
