Segundo a Confederação, os fatores que impulsionaram o crescimento da economia em 2024 também vão influenciar o ritmo da atividade no ano que vem, embora com menos intensidade. O consumo, por exemplo, deve crescer 2,4% em 2025.
Por Redação – de Brasília
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tende a crescer 2,4% no ano que vem, projeta o relatório Economia Brasileira 2024-2025, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta terça-feira. Para 2024, a CNI subiu para 3,5% a expectativa de alta do PIB, mais do que o dobro em relação à estimativa anunciada no fim do ano passado.
Segundo a Confederação, os fatores que impulsionaram o crescimento da economia em 2024 também vão influenciar o ritmo da atividade no ano que vem, embora com menos intensidade. O consumo, por exemplo, deve crescer 2,4% em 2025, quase metade do previsto para este ano. Os investimentos, por sua vez, tendem a subir 2,6%, ante os 7,3% em 2024.
A retomada do ciclo de alta da taxa Selic pelo Banco Central (BC) é um dos principais fatores para a desaceleração do crescimento, apesar de não ser o único.
— A alta dos juros deve conter o consumo e os investimentos, devido à menor concessão de crédito; mas há outros fatores, como a evolução mais lenta do mercado de trabalho, depois de três anos bastante positivos; e a redução do impulso fiscal, ou seja, as compras dos governos federal, estaduais e municipais — afirmou o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Cenário
A CNI acredita que o BC manterá o ciclo de aperto monetário pelo menos até a metade do ano que vem, com redução a partir do segundo semestre. Projeta-se que a taxa Selic fechará 2025 em 12,75%, meio ponto percentual acima do patamar ao fim de 2024. Nesse cenário, as concessões de crédito devem crescer 7,1%, menos do que em 2023.
Devido à redução do crescimento da demanda interna, o documento mostra que a indústria crescerá 2,1% no ano que vem. A indústria de transformação tende a subir 2%. Se a expectativa se confirmar, serão dois anos consecutivos de alta do setor, o que não ocorre desde o biênio 2017-2018.
Já os serviços devem aumentar 1,9%, enquanto a agropecuária deve se recuperar da queda prevista para 2024, crescendo 4,2% no ano que vem.
Revisão
No que diz respeito ao setor externo, as importações devem seguir em alta em 2025, mas em ritmo bem mais lento ao de 2024, prevê a CNI, sobretudo pela desvalorização do real e crescimento menor do PIB. As exportações devem melhorar, entre outras coisas, por causa da recuperação da agropecuária.
Para 2024, a CNI revisou de 3,4% para 3,5% a expectativa de crescimento do PIB. No Economia Brasileira 2023-2024, previa-se alta de 1,7% da atividade econômica.
Entre os indicadores que contribuíram para o resultado surpreendente estão o desempenho positivo do mercado de trabalho, que deve superar 1,5 milhão de novas vagas formais; a expansão fiscal; e o aumento significativo das concessões de crédito, que tende a ser 10% maior do que em 2023.