O corpo de Beto Freitas foi velado sob um véu branco no cemitério São João, em Porto Alegre, com a presença de familiares da vítima. Sobre o caixão foi colocada uma bandeira do clube de futebol São José, do qual era torcedor.
Por Redação - de Porto Alegre
O corpo de João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos morto por dois seguranças brancos de um supermercado na noite da quinta-feira, foi velado e sepultado, neste sábado, em um cemitério da capital gaúcha.
O corpo de Beto Freitas foi velado sob um véu branco no cemitério São João, em Porto Alegre, com a presença de familiares da vítima. Sobre o caixão foi colocada uma bandeira do clube de futebol São José, do qual era torcedor.
Protestos
Viúva de Freitas, Milena Borges Alves colocou uma aliança do corpo de Beto Freitas, com quem se casaria em dezembro. Ainda segundo a publicação, havia pessoas com cartazes pedindo justiça pelo assassinato. Um cortejo acompanhou o caixão de Beto Freitas até o local do sepultamento.
Freitas foi espancado até a morte por seguranças, por cerca de cinco minutos, em um supermercado da rede Carrefour, em Porto Alegre. A morte do homem negro na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra gerou protestos em diversas cidades brasileiras. Em São Paulo, um dos mercados da rede foi invadido e depredado por manifestantes.
Autoridades brasileiras se manifestaram sobre o espancamento. A ministra da Mulher e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que as imagens do espancamento são "chocantes" e causam "indignação e revolta”.
Daltônico
O presidente da Câmara dos Deputados afirmou em redes sociais que "a cultura do ódio e do racismo deve ser combatida na origem". O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Luiz Fux, também lamentou o fato.
Houve, no entanto, quem negasse até a existência de racismo, no país. Um deles foi o vice-presidente Hamilton Mourão. Ele lamentou o episódio, mas afirmou que "não existe racismo no Brasil”.
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro (sem partido), foi outro que não deu declarações citando diretamente a morte de Freitas, mas criticou nas redes sociais em uma série de postagens o que entende como tentativas de importar "tensões alheias" e a busca para criar conflito e "divisão entre as raças" no Brasil. Bolsonaro também afirmou: "como homem e como Presidente: sou daltônico: todos têm a mesma cor”.