As relações entre Moscou e Washington, o principal financiador militar da Ucrânia, caíram para o nível mais baixo desde a crise dos mísseis cubanos de 1962, devido à guerra na Ucrânia.
Por Redação, com Reuters - de Moscou
Um homem russo foi condenado a 12 anos e meio de prisão por traição ao supostamente enviar componentes de mísseis aos Estados Unidos, informou o Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia nesta sexta-feira, levando uma autoridade a comemorar que centenas de espiões estrangeiros haviam sido capturados.
A notícia do veredicto, anunciada em um comunicado do FSB através de agências de notícias russas, veio um dia depois de Moscou ter dito que expulsaria dois importantes diplomatas norte-americanos que acusou de trabalharem com um cidadão russo para recolher informações sensíveis, uma medida que Washington disse ser "totalmente sem mérito".
As relações entre Moscou e Washington, o principal financiador militar da Ucrânia, caíram para o nível mais baixo desde a crise dos mísseis cubanos de 1962, devido à guerra na Ucrânia, que se tornou um impasse onde os segredos sobre equipamentos militares podem fazer a diferença no campo de batalha.
O FSB, principal sucessor da KGB, disse que um tribunal na região de Tver condenou Sergei Kabanov, 32 anos, a 12 anos e meio em uma prisão de segurança máxima por contrabando de componentes usados em sistemas de defesa aérea russa e sistemas de armas com radar.
A agência afirmou que ele agia a mando dos serviços de inteligência norte-americanos e contrabandeou componentes através da Letônia para uma empresa dos EUA com sede no Alabama, que nomeou e disse estar sob o controle do Departamento de Defesa norte-americano.
Não ficou imediatamente claro como Kabanov se declarou em relação às acusações. Não houve comentários imediatos da embaixada dos EUA em Moscou.
Imagens do FSB divulgadas pela agência de notícias estatal Tass mostraram o momento da prisão de Kabanov.
A imagem mostrou ele e outro homem movendo uma pequena caixa de madeira de um veículo para outro em uma pista rural antes que agentes do FSB, vestidos com trajes de camuflagem encapuzados, os emboscassem e prendessem Kabanov.
Casos de traição
O número de casos de traição abertos pelas autoridades na Rússia tem aumentado de forma acentuada desde o início da guerra na Ucrânia, com o presidente russo, Vladimir Putin, apelando às suas agências de inteligência para melhorarem seu desempenho quando se trata de capturar espiões e agentes estrangeiros.
Nikolai Patrushev, secretário do Conselho de Segurança da Rússia, celebrou em artigo publicado nesta sexta-feira que Moscou havia capturado centenas de agentes estrangeiros.
– Nos últimos anos, centenas de funcionários de serviços de inteligência estrangeiros, bem como outras pessoas envolvidas na organização de atividades de inteligência e subversivas contra o nosso país e os nossos parceiros estratégicos, foram identificados e neutralizados – escreveu Patrushev, um aliado próximo de Putin.