O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o teste do míssil, proibido pelo tratado, não poderia ter sido conduzido sem preparações.
Por Redação, com Reuters - de Moscou
O governo da Rússia disse nesta terça-feira que o teste norte-americano de um míssil de cruzeiro mostrou que os Estados Unidos há muito se preparavam para deixar o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário e que os EUA, não a Rússia, eram culpados pelo fim do pacto.
O Pentágono informou na segunda-feira que havia testado um míssil de cruzeiro convencionalmente configurado que atingiu seu alvo depois de mais de 500 quilômetros de vôo, o primeiro teste desse tipo desde que os EUA abandonaram o tratado em 2 de agosto.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse a repórteres por telefone que o teste do míssil, proibido pelo tratado, não poderia ter sido conduzido sem preparações que levariam mais do que poucas semanas.
Sensores nucleares de rede global
A operadora de uma rede global de sensores de radioatividade disse na segunda-feira que suas duas instalações russas mais próximas do local de uma explosão misteriosa no dia 8 de agosto se desconectaram dois dias após a detonação, provocando temores de uma possível adulteração da Rússia.
O Ministério da Defesa russo, que opera as duas estações, não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
A agência estatal nuclear Rosatom admitiu que funcionários seus morreram na explosão, que ocorreu durante um teste de foguete perto do Mar Branco, no extremo norte da Rússia.
A explosão também causou um pico de radiação em uma cidade vizinha e provocou uma corrida local por iodo, que é usado para reduzir os efeitos da exposição à radiação.
As autoridades russas não explicaram por que a detonação desencadeou o aumento de radiação. Especialistas nucleares nos Estados Unidos disseram suspeitar que a Rússia estava testando um novo míssil de cruzeiro de propulsão nuclear alardeado pelo presidente Vladimir Putin.
– Estamos... analisando com operadores de estação problemas técnicos ocorridos em duas estações vizinhas – disse Lassina Zerbo, chefe da Organização do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBTO), no Twitter.
O Sistema Internacional de Monitoramento do CTBTO inclui sensores atmosféricos que captam os chamados radionuclídeos no ar. Zerbo disse que dados das estações no caminho ou nas imediações de uma possível coluna de gás da explosão ainda estão sendo analisados.