Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2024

Rússia diz que Holanda não apresentou provas sobre ataques cibernéticos

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Segunda, 08 de Outubro de 2018 às 08:50, por: CdB

Peskov assinalou que há "canais estabelecidos através das entidades correspondentes, dentro dos mecanismos de assistência jurídica mútua e outros, pelos quais são entregues documentos.

Por Redação, com EFE - de Moscou A presidência da Rússia disse nesta segunda-feira que a Holanda não apresentou provas, através dos canais oficiais, das acusações sobre a tentativa de ataques cibernéticos por parte da inteligência militar russa contra a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) e que, portanto, não comentará as informações divulgadas pelos meios de comunicação.
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Esta é a primeira reação do Kremlin depois que a Holanda denunciou
– Não, não são uma prova – respondeu o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos veículos de imprensa ao ser perguntado sobre as informações apresentadas na semana passada pela Holanda em entrevista coletiva e que se referem, sobretudo, a passaportes diplomáticos utilizados pelos quatro supostos agentes do Departamento Central de Inteligência da Rússia (GRU, na sigla em russo), que foram expulsos em abril pelo governo holandês. Peskov assinalou que há "canais estabelecidos através das entidades correspondentes, dentro dos mecanismos de assistência jurídica mútua e outros, pelos quais são entregues documentos, provas e informações oficiais" e que a Rússia estaria disposta a estudar. Esta é a primeira reação do Kremlin depois que a Holanda denunciou na última quinta-feira que tinha evitado um ataque cibernético por parte da inteligência militar russa contra a rede de Wi-Fi da Opaq, a organização que investiga o suposto uso de armas químicas na Síria e o envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia em março com um agente tóxico de fabricação russa. Peskov argumentou que as informações apresentadas pela Holanda "são bastante genéricas" e que a Rússia "não conhece os documentos, os fatos concretos, as provas concretas e, portanto, prefere não fazer comentários de nenhum tipo sobre o caso". O Ministério das Relações Exteriores da Rússia convocou nesta segunda-feira a embaixadora holandesa credenciada em Moscou, Renée Jones-Bos, para pedir explicações sobre as acusações, que o governo russo tachou de "ato de propaganda" contra o país e que faria parte do que classificou como "mania de espionagem" do Ocidente.

Ataques

O porta-voz do Kremlin também descartou que as acusações sobre ataques cibernéticos em escala global por parte da Rússia contra Holanda, Reino Unido, Canadá, Austrália e Estados Unidos, sirvam de motivo para realizar mudanças no Ministério da Defesa russo, que é responsável pelo GRU. Junto às acusações de Ocidente, meios de investigação jornalística como a plataforma britânica "Bellingcat" e seu sócio russo "The Insider" revelaram os descuidos na cobertura do GRU a respeito de seus agentes. Entre esses descuidos, os meios assinalaram um recibo de uma viagem de táxi de uma rua paralela a da sede do GRU para um aeroporto de Moscou apreendido de um dos agentes, e o registro de mais de 300 veículos com nomes completos e números de passaportes em um endereço onde se encontra a inteligência militar. – Informações deste tipo não podem ser uma razão para algo assim (mudanças no Ministério da Defesa) – afirmou Peskov.
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