O Kremlin afirma que continua pronto para um “diálogo pacífico” e espera que Washington incentive Kiev a ser “mais proativa” e “mais preparada” para o processo de paz.
Por Redação, com Europa Press – de Moscou
O Kremlin saúda a vontade expressa pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de resolver o conflito na Ucrânia e está esperando para ver os “resultados” da nova visita a Washington do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, com o objetivo de que essa reunião também esclareça a possível entrega de mísseis Tomahawk a Kiev.

– Vamos esperar e ver quais declarações serão feitas, ouvi-las e analisá-las – disse o porta-voz-chefe do Kremlin, Dmitry Peskov, em declarações à mídia na terça-feira. Por enquanto, acrescentou ele, Moscou só está ciente dos Tomahawks conforme noticiado pela mídia.
Trump anunciou na segunda que receberia Zelensky na próxima sexta-feira, sem adiantar os assuntos a serem discutidos. O presidente ucraniano, por sua vez, não escondeu seu interesse nos mísseis, mas em uma coletiva de imprensa ele indicou que “é muito cedo para falar sobre quantidades e possibilidades”.
Tudo isso em um contexto em que o próprio Trump estabeleceu a meta de curto prazo de alcançar algum tipo de progresso nas negociações sobre a Ucrânia, uma vez que o acordo de paz entre Israel e o Hamas tenha sido selado. Nesse sentido, Peskov elogiou a capacidade do enviado dos EUA, Steve Witkoff, confiando que sua “eficácia” para o Oriente Médio também será útil para outras áreas.
O Kremlin afirma que continua pronto para um “diálogo pacífico” e espera que Washington incentive Kiev a ser “mais proativa” e “mais preparada” para o processo de paz, de acordo com a versão oficial russa, que culpa o lado ucraniano pela falta de progresso.
Ao menos 62 feridos em ataques do exército russo na província de Kharkov
As autoridades da província ucraniana de Kharkov denunciaram nesta terça-feira que Ao menos 62 pessoas ficaram feridas no último dia devido aos ataques lançados pelo exército russo em vários pontos da província, localizada no leste da Ucrânia.
O governador, Oleg Sinegubov, detalhou que a capital homônima de Kharkov e outras oito localidades, entre elas Kupiansk, foram alvo dos bombardeios russos, que utilizaram cerca de vinte drones e bombas guiadas KAB.
Sinegubov relatou danos à infraestrutura civil e o deslocamento de mais de 7.360 pessoas. O exército russo intensificou seus ataques a uma das poucas áreas no leste do país que, mais de dois anos e meio após o início da invasão, ainda não foi ocupada pelas forças de Moscou.
Nas últimas horas, os ataques causaram a morte de duas pessoas, uma em Kherson e outra em Nikopol, na província de Dnipropetrovsk. Durante a noite, houve uma nova onda de ataques em várias partes do país, com cerca de cem drones enviados pelas forças russas.
A primeira-ministra Yulia Sviridenko denunciou que esses ataques mais uma vez tiveram como alvo a infraestrutura civil, especialmente ferrovias e energia. “A principal missão do inimigo continua a mesma: quebrar nossa resistência e privar os ucranianos de luz e calor”, disse ela.
Sviridenko observou que “a maioria” dos 96 drones russos foi abatida pela força aérea ucraniana, que anteriormente havia estimado em 70 o número de UAVs interceptados durante a noite.
– Para acabar com o terrorismo russo, são necessárias ações rápidas e eficazes: sistemas de defesa aérea, sanções mais duras e a determinação dos parceiros – disse ela, de acordo com as exigências do restante das autoridades em Kiev.