Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Rússia convoca 135 mil jovens para serviço militar

Vladimir Putin assina decreto para convocar 135 mil jovens ao serviço militar. Novos recrutas não serão enviados à Ucrânia, mas atuarão em funções auxiliares na Rússia.

Segunda, 29 de Setembro de 2025 às 14:32, por: CdB

Segundo decreto assinado pelo presidente Vladimir Putin, os novos militares não serão enviados à Ucrânia.

Por Redação, com CartaCapital – de Moscou

A Rússia prevê convocar este ano 135 mil homens entre 18 e 30 anos, segundo um decreto assinado nesta segunda-feira pelo presidente Vladimir Putin para o recrutamento de outono.

Rússia convoca 135 mil jovens para serviço militar | O presidente russo, Vladimir Putin
O presidente russo, Vladimir Putin

O exército assegura que estes novos recrutas não serão enviados à Ucrânia, país onde a Rússia lançou uma ofensiva em grande escala em fevereiro de 2022, mas realizarão tarefas auxiliares dentro do território russo.

O serviço militar na Rússia, que dura um ano, é obrigatório. A campanha de recrutamento é organizada duas vezes ao ano, uma na primavera e outra no outono.

Na campanha de primavera deste ano, foram recrutados 160 mil homens e na de outono do ano passado, 133 mil.

Esses recrutas diferem dos mais de 300 mil reservistas mobilizados para combater na Ucrânia e que já cumpriram anteriormente o serviço militar.

No entanto, no contexto da guerra contra a Ucrânia, foram relatados vários casos de recrutas que morreram no campo de batalha.

Em agosto de 2024, Kiev afirmou ter capturado recrutas durante uma ofensiva surpresa na região russa de Kursk, na fronteira com a Ucrânia.

Em 2023, a Rússia aprovou uma lei que aumentou a idade máxima de alistamento militar de 27 para 30 anos, em vigor desde 1º de janeiro de 2024.

Ataque russo com mísseis e drones deixam ao menos quatro mortos em Kiev

Um ataque massivo envolvendo centenas de drones e mísseis russos na Ucrânia deixou pelo menos quatro mortos em Kiev no domingo, incluindo uma menina de 12 anos, e mais de 70 feridos em todo o país, informaram as autoridades. A enxurrada de bombardeios noturnos durou 12 horas, segundo Kiev, e a vizinha Polônia enviou caças para proteger seu espaço aéreo.

Os esforços diplomáticos para interromper a guerra falharam até agora e a Rússia afirma estar determinada a continuar com a invasão. “Moscou quer continuar lutando e matando e merece a mais severa pressão do mundo inteiro”, reagiu o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

Mark Sergeyev, morador de Kiev, dormia com a família quando um míssil atingiu seu apartamento no meio da noite. “Ainda não consigo acreditar que as crianças estão vivas. (…) O teto foi arrancado bem acima da cama do meu filho mais velho”, disse o homem de 35 anos à AFP. Anna, de 26 anos, explicou que seu apartamento estava coberto de escombros: “Ouvi um foguete voando por um longo tempo, depois houve uma explosão e as janelas quebraram”.

Zelensky publicou um vídeo que mostra prédios residenciais em chamas. Mais de 70 pessoas ficaram feridas em onze regiões ucranianas atingidas pelo bombardeio, informou o ministro do Interior, Igor Klymenko, no Telegram. Em Kiev, quatro pessoas morreram, segundo autoridades locais.

Os serviços de resgate disseram que o corpo da menina que morreu foi retirado dos escombros de um prédio residencial no distrito de Solomiansky, onde duas pessoas de um instituto de cardiologia também morreram. Outra pessoa foi encontrada morta no local do ataque a uma instalação civil, segundo Klymenko.

O Ministério da Defesa russo afirmou neste domingo que “empresas do complexo militar-industrial ucraniano” foram atacadas. A cidade de Zaporizhzhia, no sudeste do país, foi atingida “pelo menos quatro vezes”, segundo o governador regional Ivan Fyodorov, que relatou 34 feridos.

Guerra contra os civis

O chefe da administração presidencial ucraniana, Andrii Yermak, acusou Moscou de travar uma “guerra contra os civis”. O Ministério da Defesa russo declarou neste domingo que 41 drones ucranianos foram derrubados durante a noite. No oeste da Ucrânia, a Polônia mobilizou sua aviação “preventivamente” durante a noite para proteger a população, especialmente nas áreas de fronteira com a Ucrânia, disseram autoridades.

A Otan anunciou neste domingo o reforço de sua “vigilância” e seus recursos na região do Báltico, após recentes sobrevoos de drones na Dinamarca. Zelensky conversou neste domingo com Mark Rutte, chefe da Otan.

Os dois líderes discutiram maneiras de “fortalecer” o programa PURL, uma iniciativa de Washington e da Otan para fazer com que o Canadá e seus aliados europeus comprem armas americanas para a Ucrânia.

O presidente ucraniano também afirmou ter conversado neste domingo com o presidente finlandês, Alexander Stubb, e o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre.

– A unidade dos europeus dará uma resposta firme a esta ameaça – disse Zelensky nas redes sociais. Nas últimas semanas, vários países europeus acusaram a Rússia de violar seu espaço aéreo com drones e caças, o que a Otan considera uma prova de sua determinação. A Rússia negou responsabilidade por essas intrusões ou qualquer intenção de atacar um país membro da Otan.

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