No acumulado de janeiro a novembro, o rombo nas contas externas soma US$ 22,384 bilhões. A estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 30 bilhões em 2021. A projeção foi atualizada nesta semana, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Por Redação - de Brasília
O resultado das transações correntes do Brasil com o exterior ficou negativo, em novembro, acima dos US$ 6,5 bilhões, de acordo com dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira. Trata-se do pior desempenho para meses de novembro desde 2014, quando o saldo foi negativo em US$ 9,802 bilhões.
No acumulado de janeiro a novembro, o rombo nas contas externas soma US$ 22,384 bilhões. A estimativa atual do BC é de déficit na conta corrente de US$ 30 bilhões em 2021. A projeção foi atualizada nesta semana, no Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
A subscrição das transações correntes no balanço de pagamentos engloba todos os negócios do Brasil com o exterior, desde o saldo comercial de mercadorias e serviços, as remessas de lucros até os dividendos e os juros pagos pelas empresas; além das transferências pessoais entre países.
Acumulado
Nos últimos 12 meses até novembro deste ano, o saldo está negativo em US$ 30,842 bilhões, o que representa 1,92% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse é o maior déficit em proporção do PIB desde setembro de 2020, quando o acumulado em 12 meses ficou em 2,03%.
Já os Investimentos Diretos no País (IDP), estes somaram US$ 4,588 bilhões em novembro, ainda segundo o BC. No mesmo período do ano passado, o montante havia sido de US$ 2,332 bilhões. No acumulado do ano até novembro, o ingresso de investimentos estrangeiros destinados ao setor produtivo somou US$ 50,378 bilhões. A estimativa do BC para este ano é de um IDP de US$ 52 bilhões.
No acumulado dos 12 meses até novembro deste ano, o saldo de investimento estrangeiro ficou em US$ 51,478 bilhões, o que representa 3,20% do PIB.
Gastos
Ainda segundo o relatório do BC, os brasileiros gastaram US$ 618,5 milhões em viagens internacionais em novembro, quase o dobro do registrado no mesmo mês do ano passado, de US$ 328,9 milhões. Os dados foram divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira. O volume também é maior que o observado no mês anterior. Em outubro, foram US$ 530,9 milhões.
O nível, contudo, ainda está abaixo do registrado antes da pandemia de Covid-19. Em novembro de 2019, os turistas estrangeiros desembolsaram US$ 1,24 bilhão lá fora. O aumento se deu após flexibilização de restrições e avanço da vacinação contra Covid, mas o dólar alto, o medo do contágio e a perda de renda ainda impactam as viagens internacionais.
Nos últimos meses, a tendência de alta nos gastos de turistas no exterior se manteve, mas com o surgimento da nova variante ômicron e retomada de medidas de restrição em alguns países, esse movimento pode se reverter.