Quarta, 27 de Fevereiro de 2019 às 13:08, por: CdB
Conforme dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central, o saldo geral de financiamentos passou a 46,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
Por Redação - de Brasília e São Paulo
O estoque total de crédito no Brasil caiu 0,9% em janeiro sobre dezembro, a 3,232 trilhões de reais, num mês marcado por elevação no custo dos financiamentos e alta da inadimplência. A queda no ritmo do crescimento econômico se reflete também nas decisões dos grandes bancos.
Conforme dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central, o saldo geral de financiamentos passou a 46,8% do Produto Interno Bruto (PIB).
— Muito embora não se possa descartar um pequeno arrefecimento do crédito em janeiro, ele tem influência bastante significativa de fatores sazonais — afirmou o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, apontando que os mesmos elementos que contribuem para a alta do crédito em dezembro atuam no sentido contrário em janeiro.
Perdas
Segundo Rocha, as empresas tomam mais crédito no último mês do ano tanto para pagarem o 13º salário aos trabalhadores quanto pela necessidade de maior capital de giro, já que o mês é marcado pelas vendas de Natal.
— Esse evento sai da economia em janeiro, isso reduz tanto o saldo de crédito quanto as concessões — disse Rocha.
A redução no ritmo da economia teve reflexos também no setor bancário. A pedido do presidente-executivo Pedro Guimarães, a Caixa Econômica Federal está preparando uma provisão extraordinária de até R$ 7 bilhões para perdas esperadas com calotes no financiamento imobiliário e com a desvalorização de imóveis que foram retomados pelo banco, disseram à Reuters duas fonte com conhecimento do assunto.
Balanços
Se efetivada, a medida deve reduzir o lucro anual da Caixa para menos de R$ 10 bilhões. Em 2018 até setembro, o lucro líquido do banco tinha sido de R$ 11,5 bilhões e a expectativa do próprio banco era de que esse montante subisse para ao redor de R$ 16 bilhões até dezembro, disse a primeira fonte.
A medida resulta da ordem de Guimarães para adoção de uma abordagem contábil mais conservadora em relação a possíveis prejuízos do maior financiador imobiliário do país, que tinha uma carteira no setor de R$ 440 bilhões, em setembro.
No ano passado, o banco chegou a tentar vender lotes de imóveis retomados para grandes investidores, mas o leilão fracassou. Procurada, a Caixa afirmou que não comentaria o assunto.