Durante a operação, foram cumpridos 42 dos 74 mandados de prisão expedidos. Desses, 25 foram contra criminosos que já estavam presos.
Por Redação, com ABr - do Rio de Janeiro
A milícia que foi alvo da operação deflagrada desta quinta-feira pela Polícia Civil e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro cometeu pelo menos 50 assassinatos em Itaboraí desde janeiro de 2018. Foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão contra 77 acusados de integrar o grupo. Segundo o promotor Rômulo Santos Silva, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), o número de vítimas é ainda maior, porque há desaparecimentos que sequer foram comunicados às autoridades pelas famílias, que eram coagidas ao silêncio. – Conseguimos desarticular bastante a organização criminosa – disse o promotor, que pediu que a população registre os desaparecimentos. Durante a operação, foram cumpridos 42 dos 74 mandados de prisão expedidos. Desses, 25 foram contra criminosos que já estavam presos e continuavam a participar da organização, inclusive cooptando novos membros entre os detentos do sistema penitenciário. Entre os 93 mandados de busca e apreensão, alguns foram cumpridos em celas, onde foram encontrados materiais como celulares e anotações contábeis. Entre os denunciados, há quatro policiais militares da ativa e dois ex-policiais militares. Um dos presos, que se identificava como policial apesar de não ser da corporação, tinha acesso a dados internos da polícia e chegava a circular com viaturas oficiais, o que está sendo investigado pela Corregedoria da Polícia Civil. Segundo o promotor, a milícia foi implantada em Itaboraí como uma "franquia" do grupo liderado por Orlando Curicica, que atua na zona oeste do Rio. Os criminosos foram atraídos pelo possível crescimento que a cidade terá com a retomada dos investimentos no Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj).