Contrariando boatos, CartaCapital sobrevive, unicamente, da venda de anúncios (impressos e digitais) e das contribuições de seus leitores e assinantes. Os grandes anunciantes, porém, seguem distantes. E o governo tem, até aqui, privilegiado as velhas corporações de mídia. Tanto em publicidade quanto em atenção.
Por Redação - do Rio de Janeiro
Diante a crise que se abate sobre o Jornalismo brasileiro, com a concentração de recursos dos governos nas três esferas públicas - federal, estadual e municipal - em grupos de comunicação conservadores que formam uma espécie de cartel da mídia, no Brasil, há décadas, veículos independentes de comunicação têm passado por extrema dificuldade financeira. A vetusta revista CartaCapital, fundada pelo jornalista Mino Carta em 1994, está entre as empresas afetadas pelo cerco levantado contra os meios progressistas e, neste sábado, emitiu nota pública assinada pela editora executiva online, Thais Reis Oliveira, na qual pede a ajuda dos brasileiros para permanecer em circulação.
Leia, adiante, a mensagem:
"Amigo leitor,
Serei direta: CartaCapital está enfrentando um período financeiro extremamente crítico. Talvez o mais difícil destes nossos quase 30 anos.
Como muitos de vocês sabem, enfrentamos boicote sistemático dos governos Temer e Bolsonaro, inclusive com pressões para que grandes empresas deixassem de anunciar na revista.
Não cedemos em nossos princípios — e a história nos deu razão. Desmascarou a Lava Jato, resgatou Lula da injustiça e está reconduzindo Bolsonaro à obscuridade. No dia a dia, contudo, as coisas estão igualmente difíceis por aqui.
Contrariando boatos, CartaCapital sobrevive, unicamente, da venda de anúncios (impressos e digitais) e das contribuições de seus leitores e assinantes. Os grandes anunciantes, porém, seguem distantes. E o governo tem, até aqui, privilegiado as velhas corporações de mídia. Tanto em publicidade quanto em atenção.
Eis o retrato de uma crise que não é só nossa, e sim do jornalismo. Fora da TV e dos jornalões, a imprensa brasileira está ou no colo dos bancos e fundações. Até mesmo quem surgiu como promessa de 'alternativa' está entregue a fake news, caça-cliques, conspiracionismo e agendas obscuras.
Diante desta dramática realidade, não nos resta alternativa a não ser pedir ajuda. Nosso jornalismo não perdeu o fôlego, mas o risco de apagarmos as luzes é real. Precisamos de você para que nossa equipe enxuta, mas tão valente, siga trabalhando.
O que você pode fazer:
1. Assine: Se você ainda não é assinante, a hora é agora. Temos várias opções de assinatura, adaptáveis a diferentes orçamentos.
2. Doe: Contribuições, recorrentes ou pontuais, podem fazer uma enorme diferença.
3. Compartilhe: Espalhe a palavra. Peça aos seus amigos e familiares que considerem também apoiar a Carta. Toda ajuda conta.
Em meio à desinformação galopante e à erosão das instituições, precisamos de um jornalismo que faça mais do que apenas relatar os fatos ou oferecer versões fáceis.
Esperamos contar com o seu apoio neste momento tão delicado. Se você acredita no valor do jornalismo e na construção de um Brasil verdadeiramente justo e democrático, junte-se a nós.
Com gratidão e urgência,
Thais".