O encontro deveria ter ocorrido na terça, mas foi adiado em meio às divergências entre o primeiro-ministro e o comandante das Forças de Defesa Israelenses.
Por Redação, com ANSA – de Gaza
O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, convocou para as 18h (12h de Brasília) desta quinta-feira uma reunião do gabinete de segurança para discutir uma eventual ocupação total da Faixa de Gaza.
O encontro deveria ter ocorrido na terça, mas foi adiado em meio às divergências entre o primeiro-ministro e o comandante das Forças de Defesa Israelenses (IDF), Eyal Zamir, que é contra o aumento da ofensiva no enclave palestino devido ao risco de que o Hamas e a Jihad Islâmica usem isso como desculpa para assassinar os cerca de 20 reféns ainda vivos.
Ainda assim, segundo o Times of Israel, o gabinete deve aprovar o plano de ocupação militar total em Gaza, ideia que também é criticada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela União Europeia, mas que teria recebido o aval do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
– Uma expansão da guerra poderia causar consequências catastróficas para milhões de palestinos e colocar ainda mais em risco as vidas dos reféns que permanecem em Gaza – alertou Miroslav Jenca, secretário-geral assistente da ONU para a Europa, Ásia Central e Américas.
Já a UE disse “rejeitar” qualquer hipótese de “modificação demográfica e territorial contrária ao direito internacional”, enquanto o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, considerou uma eventual ocupação total de Gaza um “grave erro”.
Ocupação de Israel em Gaza seria ‘erro grave’, diz Itália
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, criticou na terça-feira a hipótese de Israel ocupar completamente a Faixa de Gaza.
– É um erro grave – disse o chanceler a jornalistas na Câmara dos Deputados, ao ser questionado sobre os rumores de que o governo do premiê Benjamin Netanyahu teria tomado a decisão de ocupar o enclave em sua totalidade.
Segundo a imprensa israelense, o plano teria recebido inclusive o aval do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, embora enfrente resistência no comando do Exército e de familiares dos reféns remanescentes em poder do Hamas, que temem que o grupo fundamentalista os execute se esse projeto for levado a cabo.
Além da Itália, o poder Executivo da UE também “rejeitou” a hipótese de “qualquer modificação demográfica e territorial contrária ao direito internacional”. “Gaza deve ser parte de um Estado da Palestina, e o Hamas não deve ter nenhum papel”, disse Anitta Hipper, porta-voz da Comissão Europeia, nesta terça-feira.
