Salas sem portas, janelas quebradas, goteiras, mofo em parede, falta de medicamentos e insumos básicos, escassez de equipamentos de proteção individual. Essa é a realidade da maior parte dos postos de saúde de João Pessoa.
Por Redação, com Brasil de Fato - de Brasília
Salas sem portas, janelas quebradas, goteiras, mofo em parede, falta de medicamentos e insumos básicos, escassez de equipamentos de proteção individual. Essa é a realidade da maior parte dos postos de saúde de João Pessoa. Preocupados com a precariedade das condições de trabalho e sem poder assistir à população em suas demandas, os residentes de medicina de família e comunidade (MFC), vinculados a quatro instituições de João Pessoa, decidiram protocolar documento-denúncia no Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Estadual (MPE) e Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) nesta segunda-feira (19) e paralisar as atividades nas unidades básicas de saúde durante esta quinta-feira, com apoio da Associação Paraibana de Médicos de Família e Comunidade. Procurada, a Prefeitura de João Pessoa não se manifestou até o fechamento desta reportagem. – Já levamos essas pautas diversas vezes a gestão dos distritos e não conseguimos respostas. Não podemos fazer os procedimentos necessários, como a inserção do DIU, pela falta de segurança na esterilização dos instrumentos – afirma Marília Barbosa, residente do primeiro ano pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). As salas sem ar-condicionado e em condições insalubres com mofo e goteiras acabam prejudicando a qualidade do atendimento, piorando o estado de saúde de médicos e de usuários. Analgésicos simples e anti-hipertensivos para atender urgências não estão disponíveis nas farmácias das unidades. Os residentes também denunciam a sobrecarga de trabalho, uma vez que várias equipes encontram-se sem médicos de referência, levando os preceptores a cobrirem outras unidades, o que prejudica o processo de ensino-aprendizagem, principalmente no contexto de pandemia em que a atenção básica acabou sendo porta de entrada de casos leves e moderados da covid-19. As questões de segurança assustam profissionais e usuários, pois algumas unidades sofrem arrombamentos em sequência.