Além de impulsionar a "expansão de novas energias renováveis" para atingir as metas climáticas, a segurança energética e a necessidade de "diversificar" as cadeias de suprimentos renováveis tornaram-se prioridade para grandes consumidores, a exemplo da China, tornam-se “cada vez mais importantes”, disse o diretor executivo da IEA, Fatih Birol.
Por Redação, com agências internacionais - de Bruxelas
Previsão da Agência Internacional de Energia (AIE), em relatório divulgado nesta quarta-feira, calcula que a energia solar deverá superar a produção energética com carvão, até 2027. A energia renovável em geral se tornará a maior fonte de geração global de eletricidade no início de 2025, acrescenta a AIE, e o mundo adicionará duas vezes mais capacidade renovável de 2022 a 2027 do que nos cinco anos anteriores.
Além de impulsionar a "expansão de novas energias renováveis" para atingir as metas climáticas, a segurança energética e a necessidade de "diversificar" as cadeias de suprimentos renováveis tornaram-se prioridade para grandes consumidores, a exemplo da China, tornam-se “cada vez mais importantes”, disse o diretor executivo da IEA, Fatih Birol, em entrevista.
— Há uma forte competição entre as maiores economias do mundo para ter uma posição de liderança no próximo capítulo da indústria do setor — afirmou Birol, seja em energia solar, eólica, baterias ou veículos elétricos.
Diversificação
A pressa para substituir o petróleo e o gás que não vêm mais da Rússia e para construir setores domésticos de energia renovável levou a uma pressão por incentivos e subsídios à indústria. Os Estados Unidos avançam com seu pacote climático histórico, a Lei de Redução da Inflação, de US$ 369 bilhões, que inclui incentivos para a fabricação de energia solar por meio de US$ 10 bilhões alocados para créditos fiscais para energia limpa em geral e US$ 27 bilhões reservados em um "banco verde" para apoiar projetos de energia limpa nas comunidades.
Entre 2022 e 2027, a capacidade global de energia renovável aumentará em 2.400 gigawatts, quantidade equivalente à capacidade energética atual da China, estimou a AIE em seu último relatório anual sobre energia renovável. Isso é 30% a mais do que a previsão da agência há um ano.
Espera-se que os EUA e a Índia liderem a diversificação da cadeia de suprimentos de fabricação solar, disse a AIE, reduzindo o domínio da China. O investimento solar dos dois países deve chegar a quase US$ 25 bilhões entre 2022 e 2027, um aumento de sete vezes em relação aos últimos cinco anos.
Comparação
A China, no entanto, continuará sendo um "jogador dominante", disse a AIE, com sua participação de mercado estimada em cerca de 75% em 2027, em comparação com os 90% atuais.
A AIE alertou em junho que o domínio da China na cadeia de fornecimento de painéis solares poderia retardar a mudança global para energia mais limpa. O país será responsável por quase metade da energia renovável recém-adicionada até 2027, auxiliado por políticas incluídas no último plano quinquenal da China, disse a agência esta semana.
Espera-se que o êxito da energia solar se acelere nos próximos dois anos. A Iberdrola, empresa líder europeia em energia renovável, planeja "mais que dobrar nossa capacidade solar global, para 10,6 gigawatts, até o final de 2025", resumiu Xabier Viteri Solaun, diretor da empresa de energia sustentável.