Esta operação nos subúrbios de Moscou ocorre quatro dias depois de um ataque massivo de drones russos à capital ucraniana, que é alvo deste tipo de bombardeios quase diariamente, há um mês.
Por Redação, com CartaCapital – de Moscou
A região de Moscou foi alvo, na manhã deste domingo, do maior ataque de drones desde o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Cerca de 30 aparelhos foram abatidos, segundo as autoridades russas que especificaram que uma mulher ficou ferida.
O Ministério da Defesa russo anunciou no Telegram que “frustrou uma tentativa de ataque terrorista do regime de Kiev”, ao destruir um total de 70 drones pela manhã, incluindo 34 na região de Moscou.
Os outros foram derrubados em localidades próximas como Kaluga (7) e Tula (2), e em três regiões fronteiriças da Ucrânia, Bryansk (14), Oriol (7) e Kursk (6).
O governador da região de Moscou, Andreï Vorobiov, descreveu no Telegram um “ataque massivo” e afirmou que as interceptações ocorreram principalmente acima das cidades de Ramenskoye e Domodedovo, a cerca de 40 quilômetros a sudeste do centro de Moscou e perto de aeroportos.
Esta operação nos subúrbios de Moscou ocorre quatro dias depois de um ataque massivo de drones russos à capital ucraniana, que é alvo deste tipo de bombardeios quase diariamente, há um mês.
Kiev diz que realiza seus ataques contra a Rússia, que normalmente têm como alvo principal instalações de energia, em resposta aos bombardeios russos que destruíram infraestruturas e devastaram cidades desde que Vladimir Putin lançou o ataque em grande escala à Ucrânia em fevereiro de 2022.
A Rússia relata a derrubada de drones ucranianos sobre o seu território quase diariamente, mas raramente eles têm como alvo a capital russa, localizada a cerca de 500 quilômetros da fronteira com a Ucrânia.
Uma mulher de 52 anos foi ferida por estilhaços e teve queimaduras no rosto, pescoço e mãos, e duas casas foram incendiadas, de acordo com o governador Andrei Vorobiov.
As autoridades da aviação russa suspenderam durante quase duas horas os voos com partida e chegada dos aeroportos de Sheremetyevo, Domodedovo e Zhukovsky. Localizados a sudeste da capital, os dois últimos ficam próximos aos locais onde os drones foram abatidos.
Em agosto, a capital russa também sofreu “um dos maiores” ataques da Ucrânia, com cerca de vinte drones interceptados, segundo o seu prefeito, Sergei Sobyanin.
No verão de 2023, dispositivos foram destruídos acima do distrito comercial de Moscou e, em maio de 2023, dois dispositivos foram abatidos dentro do complexo do Kremlin.
Ucrânia enfrenta dificuldades
As tropas ucranianas enfrentam dificuldades, sofrendo com inferioridade em armas e pessoal, e recuando em múltiplos setores no leste da Ucrânia, onde as tropas russas têm avançado há meses.
Além disso, milhares de soldados norte-coreanos estão, segundo Kiev e o Ocidente, destacados na região russa de Kursk. Os países ocidentais, no entanto, se recusam a autorizar Kiev a atacar profundamente o território russo com as armas que fornece e a abater mísseis russos que têm como alvo cidades ucranianas, por receio de que isso conduza a uma escalada.
Com a vitória de Donald Trump nas eleições nos Estados Unidos, a questão da sustentabilidade do apoio americano, que permitiu à Ucrânia resistir às tropas russas, é levantada.
O ataque de domingo também ocorre quando a Rússia recebe altos funcionários de cerca de cinquenta países africanos em Sochi (sudoeste), para uma conferência que visa fortalecer os laços entre Moscou e a África.