Segundo o especialista que atua na cidade ao nordeste de Milão, "se a tendência da epidemia de Covid-19 continuar nesse ritmo, Bergamo aguentará pouquíssimo”. Com 11.685 de casos positivos para o novo coronavírus (Sars-CoV-2), o que representa 55% do número total contabilizado na Itália, a região da Lombardia, no norte do país, tem sido motivo de preocupação para o governo italiano.
Por Redação, com Ansa - de Milão, Itália
Com 11.685 de casos positivos para o novo coronavírus (Sars-CoV-2), o que representa 55% do número total contabilizado na Itália, a região da Lombardia, no norte do país, tem sido motivo de preocupação para o governo italiano, principalmente porque a quantidade de contaminações e mortes não para de crescer.
— Entubamos em terapia intensiva mais de sete pessoas por dia e trabalhamos incansavelmente, com uma média de uma folga a cada 14 dias — explicou à agência italiana de notícias Ansa Ivano Riva, anestesista do Hospital Giovanni XXIII em Bergamo.
Segundo o especialista que atua na cidade ao nordeste de Milão, "se a tendência da epidemia de Covid-19 continuar nesse ritmo, Bergamo aguentará pouquíssimo”.
Resposta
No balanço divulgado ontem (14) pela Defesa Civil, o número de mortes na Lombardia aumentou para 966. "A situação é objetivamente muito séria. O vírus está escondido, desaparece, reaparece e bate forte", lamentou o governador da região, Attilio Fontana, ao diário italiano "La Repubblica". O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, por sua vez, garantiu que a resposta do governo não tardará a chegar porque "existe a máxima atenção para a situação".
— Nossa prioridade é fazer com que médicos, enfermeiros e todo o pessoal de saúde trabalhem com segurança, do mesmo jeito que com coragem e espírito de auto sacrifício estão trabalhando para cuidar dos cidadãos, dedicando-se a essa emergência de saúde sem economizar energia — afirmou.
Conte ainda disse que, como governo, se empenhou "arduamente em adquirir, em muito pouco tempo, os dispositivos de proteção que lhes permitam trabalhar com a máxima segurança", como máscaras de proteção e outros suprimentos. O ministro das Relações Exteriores, Luigi Di Maio, por sua vez, também informou que "a exportação de máscaras e trajes da Alemanha e da França foi desbloqueada”.
Avanço
Para lidar com a emergência, a Consip, a central de aquisições de bens e serviços do governo italiano, já encomendou 3.800 ventiladores pulmonares, sendo que 300 adicionais foram disponibilizados para entrega imediata, e contratou mais de 30 milhões de máscaras cirúrgicas, mais de 7 milhões de luvas, mais de 13 milhões de macacões, sapatos, fones de ouvido e mais de 260 kits de diagnóstico correspondentes a mais de 67 mil testes.
Em comunicado, a empresa anunciou que todos os suprimentos "são completamente seguros". As autoridades estão atuando de todas as formas para combater a doença, que tem tido um avanço crescente na região.
Na última semana, o governo italiano anunciou medidas restritivas de circulação em todo o país, além do fechamento de bares, restaurantes, lojas na tentativa de conter a propagação do vírus. O chefe de saúde da Lombardia, Giulio Gallera, no entanto, afirmou que as restrições do governo não são suficientes para a região.
— Estamos pedindo uma exceção para a Lombardia — disse ele à televisão RAI 3.
Na entrevista, ele pediu o fechamento de fábricas, escritórios, além da suspensão da circulação dos transportes públicos.
— Se conseguirmos resistir por pelo menos oito dias, talvez vejamos as coisas mudarem — concluiu.