O plano envolve o uso de dois reatores — semelhantes aos que equipam os porta-aviões da classe Nimitz ou submarinos da classe Los Angeles — para gerar entre 450 e 520 megawatts de potência estável e livre de carbono.
Por: Redação, com Xataka – de Washington
Para sustentar a sede insaciável por energia dos novos centros de dados de inteligência artificial, uma empresa do Texas propôs uma solução inusitada: reaproveitar reatores nucleares de porta-aviões e submarinos aposentados da Marinha dos EUA. A proposta, enviada ao Departamento de Energia pela HGP Intelligent Energy, visa utilizar essa tecnologia militar para fornecer energia constante a um complexo de IA no Laboratório Nacional de Oak Ridge, no Tennessee.

O plano envolve o uso de dois reatores — semelhantes aos que equipam os porta-aviões da classe Nimitz ou submarinos da classe Los Angeles — para gerar entre 450 e 520 megawatts de potência estável e livre de carbono.
Custo reduzido com rapidez na implementação
A grande vantagem dessa abordagem é o fator econômico e o tempo de resposta. Enquanto a construção de uma nova usina nuclear ou de pequenos reatores modulares (SMRs) do zero pode levar mais de uma década e custar fortunas, o reaproveitamento de unidades navais seria drasticamente mais rápido e barato.
O custo estimado é de US$ 1 milhão a US$ 4 milhões por megawatt, uma fração do custo de uma obra civil nuclear tradicional.
Como os reatores já foram projetados, construídos e testados sob rígidos padrões militares, a empresa acredita que a aprovação regulatória possa ser acelerada.
O projeto, orçado entre US$ 1,8 bilhão e US$ 2,1 bilhões, transformaria ativos militares em “desuso” em uma fonte de energia firme para aliviar a rede elétrica, que hoje sofre com o aumento da demanda impulsionado pela IA.
Se a Europa quiser estar preparada para a guerra, precisa fazê-lo de forma rápida e barata; para isso, ela tem uma aliada: a Inteligência Artificial.
Desafios com a segurança
Apesar do entusiasmo técnico, a ideia não está livre de críticas. Especialistas apontam desafios logísticos complexos no transporte e na adaptação desses reatores envelhecidos para uso terrestre.
Questões sobre o gerenciamento de resíduos nucleares, a segurança a longo prazo e a percepção pública de usar ativos militares para fins comerciais também são barreiras significativas.
Para viabilizar o negócio, a HGP propôs um esquema de compartilhamento de receitas com o governo e a criação de um fundo dedicado ao descomissionamento final.