Rio de Janeiro, 08 de Novembro de 2024

Putin acelera cerco ao dólar e anuncia operações mundiais com o rublo

Arquivado em:
Quarta, 23 de Março de 2022 às 11:45, por: CdB

A medida busca fortalecer a moeda nacional russa, que desvalorizou cerca de 60% após o banimento do sistema financeiro Swift, o confisco das reservas internacionais do Banco Central da Rússia e outro pacote de medidas coercitivas unilaterais. Apesar da mudança na moeda de cobrança, o presidente russo afirmou que manterá o abastecimento e os valores acordados.

Por Redação, com agências internacionais - de Moscou
Presidente da Rússia, Vladimir Putin decidiu cobrar as exportações de gás à Europa em rublos. A decisão adianta uma medida buscada também pela China, de reduzir a presença do dólar nas negociações comerciais.
rublo.jpg
O rublo passa a ser a moeda exigida pela Rússia na venda de commodities, em lugar do dólar
— Não tem sentido oferecer nossos produtos à União Europeia e aos Estados Unidos em dólares e euros — declarou o chefe de Estado nesta quarta-feira. A medida busca fortalecer a moeda nacional russa, que desvalorizou cerca de 60% após o banimento do sistema financeiro Swift, o confisco das reservas internacionais do Banco Central da Rússia e outro pacote de medidas coercitivas unilaterais. Apesar da mudança na moeda de cobrança, o presidente russo afirmou que manterá o abastecimento e os valores acordados.

Moscou

Desde 2014, quando começou a deterioração da relação entre a Rússia e o Ocidente com a eclosão da crise ucraniana, que resultou na anexação da Crimeia, Moscou recebeu mais de 5,5 mil sanções, de acordo com o site de monitoramento de movimentações financeiras Castellum.AI. Metade delas foi após a recente intervenção na Ucrânia, iniciada no último 24 de fevereiro. No dia 8 de março, os Estados Unidos e o Reino Unido decidiram suspender as importações de combustível russo, enquanto a União Europeia aprovou um plano de redução de 30% da dependência do gás russo nos próximos oito anos. A Rússia fornece cerca de 40% da demanda de gás da Europa. A medida provocou um aumento recorde do valor do barril de petróleo, que chegou a US$ 130 na última semana. Nesta quarta, o barril era cotado a US$ 114, no início da tarde. Tanto a Agência Internacional de Energia, como a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), alertaram que as sanções gerariam a maior escassez da última década no mercado de petróleo. A Rússia é o maior exportador de gás e o terceiro maior exportador de petróleo do mundo.

Tensão

Ainda nesta quarta-feira, o Kremlin anunciou a expulsão de 45 diplomatas russos que serviam na Polônia, que deverão abandonar Varsóvia nos próximos cinco dias por realizar atividades que não se ajustam à Convenção de Viena, indicava documento recebido pela diplomacia russa. O embaixador russo no país, Serguéi Andréev, afirmou que as acusações são "infundadas" e que os diplomatas realizavam trabalhos normais e atividades comerciais. A porta-voz da chancelaria polonesa, Lukasz Jasina, declarou que a decisão foi tomada em "coordenação com aliados". María Zajárova, representante do ministério de Relações Exteriores da Rússia, declarou que todas as expulsões serão respondidas a altura. No dia 18 de março, a Bulgária declarou dez diplomatas russos como "pessoa não grata", enquanto a Estônia e a Letônia anunciaram a expulsão de três funcionários russos do país. O conflito entre Rússia e Ucrânia já dura cinco semanas e gerou os deslocamento de cerca de 10 milhões de ucranianos, sendo que 3,5 milhões estão refugiados em outros países, de acordo com as Nações Unidas.
Edições digital e impressa
 
 

Utilizamos cookies e outras tecnologias. Ao continuar navegando você concorda com nossa política de privacidade.

Concordo