Rio de Janeiro, 06 de Junho de 2025

Programa espião gera controvérsia entre filho ’02’ e comando militar

O Pegasus é um programa que já foi usado para espionar celulares e computadores de jornalistas e críticos de governos ao redor do mundo. Em junho de 2017, o software foi utilizado pelo governo do México para espionar ativistas contrários à sua gestão, sob protestos de parlamentares.

Quarta, 19 de Maio de 2021 às 13:55, por: CdB

O Pegasus é um programa que já foi usado para espionar celulares e computadores de jornalistas e críticos de governos ao redor do mundo. Em junho de 2017, o software foi utilizado pelo governo do México para espionar ativistas contrários à sua gestão, sob protestos de parlamentares.

Por Redação - de Brasília

A licitação para compra de uma ferramenta de espionagem expôs, nesta quarta-feira, a disputa entre o alto comando militar do país e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho ’02' do presidente da República, Jair Bolsonaro, como é conhecido.

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O vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), o '02', como é conhecido, voltou a atacar o general Mourão e os militares no governo

No edital de licitação do Ministério da Justiça, precificado em R$ 25,4 milhões, o objetivo da pasta seria a contratação do polêmico programa de espionagem Pegasus, desenvolvido pela empresa israelense NSO Group.

Alguns setores de inteligência que seriam beneficiados diretamente pela ferramenta, como o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e a Agência Brasileira de Informações (Abin), não foram envolvidos nas tratativas.

O Pegasus já foi usado para espionar celulares e computadores de jornalistas e críticos de governos ao redor do mundo. Em junho de 2017, o software foi utilizado pelo governo do México para espionar ativistas contrários à sua gestão.

‘Abin paralela’

De acordo com reportagem do portal UOL, de propriedade do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, Carlos Bolsonaro tentaria diminuir o poder dos militares na área de inteligência. Para tanto, articulou junto ao novo ministro da Justiça, Anderson Torres, para excluir o GSI da licitação.

O GSI, que é responsável pela Abin, chefiado pelo general Augusto Heleno abriga militares em seu quadro. Segundo a apuração, o objetivo de Carlos Bolsonaro seria usar as estruturas do Ministério da Justiça e da Polícia Federal (PF) para expandir uma "Abin paralela", na qual tenha grande influência.

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública disse que o processo de licitação visa a "aquisição de ferramenta de busca e consulta de dados em fontes abertas para ser usado, pelo ministério e órgãos de segurança pública, nos trabalhos de enfrentamento ao crime organizado".

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