A medida foi tomada após o site PlatôBR divulgar que Ramagem está em Miami, nos Estados Unidos. Mais cedo, ele foi filmado pela equipe do site enquanto entrava em um condomínio da cidade norte-americana.
Por Redação – de Brasília
A fuga do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) deixa ainda mais frágil a situação do ex-mandatário neofascista Jair Bolsonaro (PL), prestes a enfrentar o mandado de prisão a ser expedido pela Corte Suprema. Nesta sexta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a prisão de Ramagem.

A medida foi tomada após o site PlatôBR divulgar que Ramagem está em Miami, nos Estados Unidos. Mais cedo, ele foi filmado pela equipe do site enquanto entrava em um condomínio da cidade norte-americana. O parlamentar teria viajado de avião para Boa Vista, de onde partiu de carro, em uma viagem clandestina em direção à fronteira, e prosseguiu para outro país.
Na quarta-feira, o PSOL pediu ao STF e à PF a prisão de Ramagem. Ele foi condenado a 16 anos, 1 mês e 15 dias de prisão pelos crimes de: organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. A decisão do STF determinou que ele não poderia deixar o país e que deveria entregar o passaporte, algo que foi ignorado pela liderança da extrema-direita.
Exército
A prisão iminente de Bolsonaro, que já cumpre o recolhimento domiciliar por risco de fuga, voltou ao centro das articulações entre o STF e as Forças Armadas nesta semana. Com a fuga de Ramagem, a continuidade da prisão domiciliar de Bolsonaro tem sido alvo de questionamentos.
O ministro Alexandre de Moraes e o comandante do Exército, general Tomás Paiva reuniram-se, na noite de segunda-feira, fora das agendas oficiais, com a presença do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Segundo apurou o diário conservador carioca ‘O Globo’, a conversa teve como foco os cenários operacionais para o eventual cumprimento da ordem de prisão, cuja definição deverá ocorrer na próxima semana.
Durante a reunião, o general Tomás Paiva não opinou sobre qual regime prisional Moraes deve determinar — seja fechado ou domiciliar —, reconhecendo que essa escolha cabe exclusivamente ao STF. No entanto, ponderou que enviar Bolsonaro ao presídio da Papuda poderia ser interpretado como uma medida excessiva em relação à condição de ex-presidente.
Prisão
Diante os fatos, apresentou alternativas de instalações militares distribuídas pelo país para o caso de o ministro optar pelo regime fechado. De acordo com o relato publicado pelo jornalista Lauro Jardim, em sua coluna n’O Globo, Moraes ouviu as sugestões, mas não indicou se acolheria ou não a oferta do Exército. O magistrado também não antecipou sua posição sobre o regime que deverá definir.
A avaliação interna em Brasília é de que a decisão sobre a prisão está iminente e poderá ser formalizada já na próxima semana, marcando um novo capítulo do processo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro.