Rio de Janeiro, 22 de Junho de 2025

Professores do DF entram em greve por tempo indeterminado

Professores do DF iniciam greve por tempo indeterminado em busca de valorização e reajuste salarial. Apoio da sociedade e parlamentares cresce

Terça, 27 de Maio de 2025 às 19:52, por: Vitoria Carvalho

O movimento, liderado pelo Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), protesta contra a ausência de propostas do GDF na campanha salarial de 2024. A categoria reivindica reajuste de 19,8%, valorização do magistério e reestruturação do plano de carreira.

Por Vitoria Carvalho, da sucursal de Brasília

Brasília amanheceu com escolas paralisadas e milhares de professores e professoras ocupando as ruas do Distrito Federal. A greve da categoria, deflagrada por tempo indeterminado, é uma resposta direta à ausência de propostas do Governo do Distrito Federal (GDF) diante da campanha salarial 2024. A greve terá início na segunda-feira, 2 de junho, em respeito à legislação que prevê 72 horas de antecedência na notificação da paralisação. Foi aprovado, também, um calendário de mobilizações, com assembleias regionais, reunião do comando de greve – que será eleito – e uma nova assembleia geral no dia 5 de junho

Segundo a porta-voz do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), Márcia Gilda, a greve foi inevitável.
— A greve foi deflagrada por tempo indeterminado porque o governo não apresentou nenhuma proposta à campanha salarial. Na última reunião de negociação, a SEDF foi taxativa ao afirmar que a proposta era ‘nada’ e que não havia perspectiva para continuar a mesa de negociação. Ou seja, não há mesa de negociação instalada—  explicou.

Professores do DF entram em greve por tempo indeterminado | Foto: Thamy Frisselli
Foto: Thamy Frisselli

Críticas à greve

Entre as reivindicações da categoria estão a recomposição salarial de 19,8%, o cumprimento da Meta 17 do Plano Distrital de Educação — que trata da valorização do magistério — e a reestruturação do plano de carreira.

Apesar da mobilização crescente, o governo Ibaneis Rocha reagiu com críticas à greve dos professores do Distrito Federal.

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— Essa greve é pura política. Os nossos professores nunca foram tão bem atendidos. Ainda estamos pagando o acordo firmado na última greve. Uma pena que não pensam nas nossas crianças e nas famílias—
A resposta do GDF foi rebatida com indignação pela representante do Sinpro-DF.

— O papel está cumprindo o seu papel de mais uma vez tentar deslegitimar o nosso movimento, que é legítimo! A nossa luta é pela valorização da nossa categoria, por condições de trabalho e por melhor remuneração— afirmou Márcia Gilda.

Apoio aos educadores

Na Câmara Legislativa do DF, o deputado distrital Gabriel Magno (PT), que também é professor, tem tentado intermediar o diálogo entre o GDF e a categoria. Segundo ele, o governo se recusa a abrir qualquer canal de negociação. Magno declarou apoio integral à greve e reforçou a legitimidade das reivindicações da categoria.

A deputada federal Érika Kokay (PT-DF) também manifestou solidariedade ao movimento. Em discurso durante ato público, ela exaltou a luta dos educadores e criticou duramente o que chamou de “desprezo do governo pela educação pública”. “Porque não se trata a educação com esse desprezo. Tem razão a canção quando diz que é na sala de aula que se constrói cidadania, afirmou.

— Porque não se trata a educação com esse desprezo. Tem razão a canção quando diz que é na sala de aula que se constrói cidadania. O que nós estamos vendo aqui é uma aula em praça pública. É a pedagogia da libertação—  ressaltou Érika Kokay.

Enquanto o impasse continua, a greve já começa a impactar a rotina de milhares de estudantes e suas famílias. Professores e professoras, no entanto, seguem firmes na luta, com assembleias, caminhadas e ocupações simbólicas em locais públicos da capital federal. O apelo é claro: querem ser ouvidos, respeitados e valorizados.

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