A polícia apura se o fato tem ligação com a posição francesa no conflito entre Israel e Hamas; os primeiros elementos colhidos por investigadores sustentam a hipótese.
Por Redação, com CartaCapital - de Paris
Um professor foi morto a facadas nesta sexta-feira, em Arras, no norte da França, segundo informações da polícia e autoridades locais. O ato aumenta o alerta na França sobre ataques com motivações religiosas, em decorrência do conflito entre o Hamas e Israel.
O presidente francês, Emmanuel Macron, vai se deslocar até Arras, assim como o ministro francês da Educação, Gabriel Attal.
As primeiras informações falam que o suspeito seria um ex-aluno da escola Gambetta. Ele feriu gravemente outro professor e um funcionário do estabelecimento.
O suspeito foi preso pela polícia, informou o ministro francês do Interior, Gérald Darmanin, pelo X (ex-Twitter). O irmão do autor do ataque, que se encontrava na entrada da escola, e um terceiro suspeito, também foram detidos.
A emissora Franceinfo mostra em seu site um vídeo que pode ser o suspeito no pátio da escola, ameaçando outros adultos que tentam dominá-lo. A polícia local disse que a situação está sob controle e que não oferece ameaça à população.
Todos os estabelecimentos de ensino da região foram fechados.
A Assembleia Nacional da França suspendeu suas atividades em solidariedade às vítimas do atentado.
Suspeito fichado como extremista
A motivação do ataque ainda não foi revelada, mas segundo informações ainda não verificadas, o autor do ataque, de cerca de 20 anos, teria gritado “Allah Akbar”. Informações preliminares apontam que ele é de origem chechena, já tem passagem pela polícia e é fichado como extremista.
As investigações ainda estão em curso. O ato não foi identificado como terrorismo e não se sabe se há ligação com o conflito entre Israel e o Hamas. O episódio acontece em um momento em que o governo francês aumenta a segurança no país devido ao conflito na Faixa de Gaza.
A França tem um histórico de violência nas escolas e contra professores. A mídia francesa lembra o assassinato do professor Samuel Paty, em Éragny-sur-Oise, a 30 quilômetros a noroeste de Paris, há quase três anos, em 16 de outubro de 2020.