Departamento de Justiça colheu depoimentos e recebeu extratos de telefonemas de ex-assessores da Casa Branca. Ex-presidente vai a Washington pela primeira vez desde a sua derrota e indica que disputará pleito de 2024.
Por Redação, com DW - de Washington
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, órgão equivalente à Procuradoria-Geral da República no Brasil, está colhendo depoimentos e provas sobre as ações do ex-presidente Donald Trump para tentar reverter o resultado da eleição de 2020, na qual ele foi derrotado pelo democrata Joe Biden. Segundo o jornal The Washington Post, procuradores federais estão questionando testemunhas sobre as conversas que tiveram com Trump, seus advogados e outros aliados do ex-presidente. Eles também buscam detalhes sobre reuniões realizadas com Trump em dezembro de 2020 e janeiro de 2021, a pressão feita sobre o então vice-presidente Mike Pence para que ele não certificasse o resultado da eleição, e um suposto plano para instalar falsos eleitores no Colégio Eleitoral norte-americano como parte de uma estratégia para obstruir a certificação do resultado eleitoral. Em abril, o Departamento de Justiça também recebeu extratos de ligações telefônicas de assessores da Casa Branca durante o governo Trump, segundo o Washington Post, citando fontes próximas do caso que falaram sob anonimato. Entre as testemunhas já ouvidas pelo Departamento de Justiça, está o ex-chefe de gabinete de Pence, Marc Short, que confirmou na segunda-feira à rede CNN ter prestado depoimento sobre o caso. Outra testemunha já ouvida seria o ex-chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, segundo fonte não identificada. O jornal New York Times também reportou que procuradores federais têm colhido depoimentos de testemunhas sobre o envolvimento de Trump em esforços para reverter o resultado das eleições. Segundo o veículo, o Departamento de Justiça apreendeu nas últimas semanas os telefones de duas figuras-chaves no caso: John Eastman, advogado que teria ajudado a desenvolver e promover o plano para reverter a certificação do resultado pelo Colégio Eleitoral, e Jeffrey Clark, ex-funcionário do Departamento de Justiça que teria participado da pressão nesse caso. O Departamento de Justiça recusou-se a comentar o caso. Na terça-feira, numa entrevista à rede NBC, indagado sobre críticas de que a investigação andaria a passos lentos, o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, afirmou: "O Departamento de Justiça está desde o início se movendo com urgência para se informar o máximo possível sobre esse período, e para levar à Justiça todos que foram criminalmente responsáveis por interferir com a transferência pacífica de poder de uma administração para outra, que é um elemento fundamental da nossa democracia." A coleta de depoimentos e provas pelo Departamento de Justiça não significa que já foi aberta uma investigação criminal formal contra Trump.