O príncipe Mohammed disse que a Arábia Saudita e a Turquia trabalharão juntas “para obter resultados” em uma investigação conjunta e descreveu a cooperação bilateral como “especial”, apesar das críticas de Ancara.
Por Redação, com Reuters - de Riad
O poderoso príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, prometeu nesta quarta-feira que os assassinos de Jamal Khashoggi serão levados à Justiça, seus primeiros comentários desde o assassinato do jornalista, que causou repúdio em todo o mundo. Em tom desafiador, o príncipe Mohammed disse a investidores internacionais presentes a uma grande conferência em Riad que a indignação provocada pelo assassinato de Khashoggi no consulado saudita de Istambul não afetará o ímpeto das reformas do reino. Seus comentários vieram horas depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter dito, segundo o Wall Street Journal, que, como governante de fato da Arábia Saudita, o príncipe herdeiro tem que responder pela operação que levou à morte de Khashoggi. – Provaremos ao mundo que os dois governos (saudita e turco) estão cooperando para punir qualquer criminoso, qualquer culpado, e no final a justiça prevalecerá – disse ele, e foi aplaudido. O maior exportador de petróleo do mundo está sofrendo uma pressão crescente por causa da morte de Khashoggi, colunista e um dos críticos mais contundentes do príncipe herdeiro. A crise tensionou os laços de Riad com o Ocidente e levou dezenas de políticos, grandes banqueiros e executivos ocidentais a boicotarem a conferência inaugurada em Riad na terça-feira.