Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,06%, acima dos 3,70% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2023, a taxa foi de 0,04%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o dado foi impulsionado principalmente pelo grupo de alimentação e bebidas. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em junho.
Por Redação – do Rio de Janeiro
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial , teve alta de 0,39% em junho, abaixo dos 0,44% registrados em maio e do esperado por economistas do mercado financeiro. A estimativa de economistas consultados pela agência norte-americana de notícias Bloomberg era de alta de 0,44% na comparação mensal, enquanto em termos anuais a expectativa era de alta de 4,11%.
Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 4,06%, acima dos 3,70% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2023, a taxa foi de 0,04%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o dado foi impulsionado principalmente pelo grupo de alimentação e bebidas. Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em junho.
Resultado
Apesar da pressão dos alimentos, a o dado desacelerou. O resultado deste mês ficou abaixo da mediana das expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência projetavam nova variação de 0,44% em junho. Em 12 meses, porém, o IPCA-15 ganhou força e acumulou inflação de 4,06%, de acordo com o IBGE. Nesse recorte, a taxa era de 3,70% até maio.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta no mês de junho. O ramo de alimentação e bebidas acelerou de 0,26% em maio para 0,98% neste mês. Com isso, registrou a maior variação e o principal impacto no IPCA-15 (0,21 ponto percentual).
Em alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio saiu de 0,22% em maio para 1,13% em junho. Contribuíram para esse resultado as altas da batata inglesa (24,18%), do leite longa vida (8,84%), do arroz (4,20%) e do tomate (6,32%). Do lado das quedas, destacam-se o feijão carioca (-4,69%), a cebola (-2,52%) e as frutas (-2,28%).
Contramão
A alimentação fora do domicílio também acelerou, de 0,37% para 0,59%. Nesse caso, houve pressão do lanche (de 0,47% para 0,80%) e da refeição (de 0,34% para 0,51%). Neste ano, os preços de alimentos diversos foram pressionados por problemas climáticos, que reduziram a produção no campo. Episódio recente é a catástrofe das chuvas no Rio Grande do Sul.
Na contramão dos alimentos, o grupo de transportes teve baixa de 0,23% no IPCA-15 de junho. Com isso, aliviou o índice, gerando um impacto de -0,05 ponto percentual. O grupo havia subido 0,77% em maio.
Dentro dos transportes, houve queda na passagem aérea (-9,87% e -0,07 ponto percentual). O IBGE também indicou baixa nos preços dos combustíveis (-0,22%). Todos registraram recuo: etanol (-0,80%), gás veicular (-0,46%), óleo diesel (-0,42%) e gasolina (-0,13%).
Referência
Por ser divulgado antes, o IPCA-15 sinaliza uma tendência para os preços no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que define a inflação oficial brasileira. O IPCA também é calculado pelo IBGE e serve como referência para o regime de metas perseguido pelo Banco Central (BC).
A coleta dos preços do IPCA-15 ocorre entre a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência da divulgação. Neste caso, a apuração foi agendada para o período de 16 de maio a 14 de junho.
Já a coleta do IPCA se concentra no mês de referência do levantamento. Por isso, o resultado de junho ainda não está fechado. Será divulgado pelo IBGE no dia 10 de julho.