Rio de Janeiro, 06 de Maio de 2025

Presidente de petroleira da Rússia morre ao cair de janela de hospital

Ravil Maganov, presidente da Lukoil, morreu após cair de janela de hospital em Moscou. Ele é o nome mais recente entre vários executivos e oligarcas russos mortos em circunstâncias suspeitas desde a invasão da Ucrânia.

Quinta, 01 de Setembro de 2022 às 11:26, por: CdB

Ravil Maganov, presidente da Lukoil, morreu após cair de janela de hospital em Moscou. Ele é o nome mais recente entre vários executivos e oligarcas russos mortos em circunstâncias suspeitas desde a invasão da Ucrânia.

Por Redação, com DW - de Moscou

Ravil Maganov, presidente da Lukoil, a segunda maior produtora de petróleo da Rússia, morreu nesta quinta-feira após cair da janela de um hospital em Moscou, afirmou à agência inglesa de notícias Reuters uma fonte ligada à família.
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Ravil Maganov, presidente da Lukoil, morreu após cair de janela de hospital em Moscou
A imprensa da Rússia também noticiou a morte do empresário de 67 anos, mas não revelar as fontes nem o motivo por que ele estava no hospital. A Lukoil emitiu uma nota afirmando que Maganov faleceu após uma "doença grave", sem mais detalhes. Duas fontes próximas a Maganov afirmaram à Reuters ser altamente improvável que o executivo tivesse cometido suicídio. Questionada pela agência de notícias se investiga a morte como suspeita, a polícia de Moscou disse ter encaminhado o caso ao Comitê de Investigação. A Lukoil foi uma das poucas grandes empresas russas a pedirem o fim dos combates na Ucrânia, após Moscou invadir o país em fevereiro. Num comunicado em 3 de março, sua diretoria pediu o fim "imediato" dos combates, expressando solidariedade aos atingidos pela "tragédia". A clínica em que Maganov estava costuma ser apelidada  "Hospital do Kremlin", por ter membros das elites políticas e empresariais da Rússia entre seus pacientes.

Mortes repentinas de executivos e oligarcas

Vários outros executivos ligados ao setor energético russo morreram repentinamente em circunstâncias pouco claras nos últimos meses. Um dia depois de a Rússia invadir a Ucrânia, um gerente de alto nível da Gazprom, Alexander Tyulakov, foi encontrado morto em sua casa em São Petersburgo. Em abril, Sergei Protosenya, oligarca multimilionário e ex-vice-presidente da Novatek, a maior produtora de gás natural liquefeito (GNL) da Rússia, foi encontrado morto com a esposa e a filha na Espanha. A polícia regional catalã, que investiga o caso, diz acreditar que o executivo as matou e depois se enforcou no jardim da casa. Ainda em abril, Vladislav Avayev foi encontrados morto, junto com a esposa e a filha de 13 anos, em seu luxuoso apartamento em Moscou. A agência e notícias estatal russa Tass afirmou que ele tinha uma pistola na mão. Também aqui as autoridades creem que ele teria matado ambas antes de se suicidar. Em 24 de março, o bilionário Vasily Melnikov, chefe da gigante de suprimentos médicos MedStom, foi encontrado morto ao lado da esposa, Galina, e dois filhos pequenos em seu apartamento na cidade de Ninzhni Novgorod. Os detalhes das mortes também têm paralelos com os de Protosenya e Avayev.

Maganov era funcionário de longa data na Lukoil

Maganov trabalhava na Lukoil desde 1993, logo após a criação da empresa, supervisionando o refino, produção e exploração de petróleo, e tornou-se presidente em 2020. Seu irmão, Nail, é o chefe da produtora de petróleo de médio porte Tatneft. Ravil era colaborador próximo de um dos fundadores da Lukoil, Vagit Alekperov, e frequentemente participava de reuniões entre os produtores russos de petróleo e o Ministério da Energia, para decidir ações conjuntas como parte do grupo Opep+. O cartel, que reúne os 13 membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e dez dos maiores exportadores de petróleo do mundo, controla metade da produção global, o que lhe confere grande poder na hora de determinar preços do produto. Alekperov, que foi vice-ministro do Petróleo da extinta União Soviética, renunciou ao cargo de presidente da Lukoil em abril, uma semana depois de o Reino Unido impor congelamento de ativos e proibição de viagens como parte das sanções contra a invasão da Ucrânia pela Rússia.
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