Nesta terça-feira, Macron se reunirá com os prefeitos das 220 cidades afetadas pelos protestos. O presidente também esteve, na noite de domingo, com ministros do governo para tratar sobre o assunto.
Por Redação, com Poder360 - de Paris
O presidente da França, Emmanuel Macron, se reunirá nesta segunda-feira com os líderes do Parlamento francês para tratar dos protestos violentos que tomam as ruas do país desde a morte de um jovem de 17 por policiais.
No domingo, quinta noite de protestos, os manifestantes recuaram depois de um apelo da avó da vítima. “Parem os tumultos, parem a destruição”, disse ela, identificada apenas como Nadia, à emissora à BFMTV. “Eu digo isso para aqueles que estão se rebelando: não quebrem janelas, não ataquem escolas e ônibus. Parem. São as mães que pegam esses ônibus.”
No domingo, 157 pessoas foram presas e três agentes de segurança ficaram feridos, informou o Ministério do Interior da França em comunicado.
Apesar de o número de incidentes permanecer alto, caiu consideravelmente em relação às 719 prisões da noite anterior e das 994 de sexta-feira.
O chefe da polícia de Paris, no entanto, afirmou ser muito cedo para dizer que os distúrbios foram reprimidos. “Evidentemente houve menos danos, mas continuaremos mobilizados nos próximos dias. Estamos muito focados; ninguém está reivindicando vitória”, disse Laurent Nunez a jornalistas da mídia local.
Nesta terça-feira, Macron se reunirá com os prefeitos das 220 cidades afetadas pelos protestos. O presidente também esteve, na noite de domingo, com ministros do governo para tratar sobre o assunto.
Entenda o caso
A França vive uma onda de protesto desde que o jovem Nahel, filho de imigrantes, morreu no dia 27 de junho em uma abordagem policial na avenida Joliot-Curie, em Nanterre, região metropolitana de Paris.
Segundo a polícia, os agentes de segurança estavam verificando uma Mercedes que supostamente trafegava em uma faixa exclusiva para ônibus. Na ocasião, a polícia local afirmou que o motorista do veículo se recusou a parar e avançou contra um dos agentes. O policial, então, atirou no peito de Nahel.
No entanto, um vídeo publicado no Twitter depois que o caso veio a público mostra uma versão diferente. Nas imagens, 2 policiais estão posicionados perto de um carro amarelo e parecem impedir o veículo de avançar. Um deles, de pé e apoiado no para-brisa, aponta a arma para o motorista. O carro, então avança, e o policial dispara. Em seguida, é possível ver que o carro bateu em um poste.
Conforme o ministro do Interior, Gérald Darmanin, o policial responsável pelo disparo está sob custódia. Além disso, duas investigações foram abertas pela Inspeção-Geral da Polícia Nacional para apurar o caso.
Nahel foi enterrado no sábado. Além da família do jovem de 17 anos, centenas de pessoas compareceram ao local para prestar homenagem. A cerimônia terminou por vota das 17h30 no horário local (12h30 em Brasília).
Darmanin disse a jornalistas que 45 mil integrantes das forças de segurança foram acionados para conter a violência nas manifestações. O policiamento foi reforçado em Lyon, Grenoble e Marselha, as cidades registraram tumultos intensos na noite de sexta-feira e madrugada de sábado, com queima de carros e depredações.