A questão climática tem preocupado o núcleo político do Palácio do Planalto, uma vez que a quebra nas safras e o risco de geração insuficiente de energia têm se tornado, cada vez mais, uma pauta constante.
Por Redação – de Brasília
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antecipou para esta segunda-feira a ida à capital amazonense. A viagem estava prevista para terça-feira, mas Lula embarcou nesta tarde para tratar da grave situação de seca que afeta a região amazônica. A decisão de antecipar a visita reflete a urgência com que o governo pretende lidar com o problema.
A questão climática tem preocupado o núcleo político do Palácio do Planalto, uma vez que a quebra nas safras e o risco de geração insuficiente de energia têm se tornado, cada vez mais, uma pauta constante. Na semana passada, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), apresentou a Lula um panorama da situação após visitar a capital do Amazonas.
O presidente viajou acompanhado dos ministros da Casa Civil, Rui Costa (PT); da Defesa, José Múcio Monteiro; e do Meio Ambiente, Marina Silva. Na terça-feira, Lula visitará pela manhã a região de Tefé (AM) e se reunirá à tarde, em Manaus, com prefeitos de municípios que enfrentam as consequências da seca. Durante o encontro, é esperado o anúncio de medidas emergenciais, como a liberação de crédito extraordinário e ações de combate à estiagem.
Indígenas
A Amazônia vem registrando, desde julho, chuvas abaixo da média histórica, o que agrava as condições ambientais. A seca severa e as altas temperaturas contribuíram para o aumento dos focos de incêndio, que têm afetado cidades e territórios indígenas.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 27 de agosto foram registrados 1.516 focos de queimadas na região. Os Estados mais afetados são Pará (39% dos focos), Amazonas (29%), Acre (12%), Rondônia (10%) e Mato Grosso (8%).
Fogo
Com a falta de chuvas, na Região Norte, ocorre o agravamento das condições emergenciais que vive a Amazônia, diante do pior mês de julho em relação às queimadas desde o início da série histórica, iniciada em 1998. A seca, que ocorre pelo segundo ano consecutivo, está associada ao desmatamento e à falta de chuvas, segundo o Inpe, o que devasta a biodiversidade e a qualidade de vida das populações locais.
O Instito Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), por sua vez, prevê que os focos de incêndio devem continuar a se espalhar por ao menos mais dois meses. Uma das estratégias adotadas pela agência é a contratação de aviões particulares, normalmente usados na pulverização de produtos agrícolas, para reforçar o combate ao fogo na floresta.