A região de Rafah está superlotada, com um aumento de cinco vezes a população desde o início dos ataques. Mais de um milhão de deslocados fugiram para o local, se instalando em acampamentos improvisados.
Por Redação, com ANSA - de Jerusalém
O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou nesta sexta-feira que a Defesa do país prepare planos para evacuar civis da área de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
A informação foi divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro: "Não é possível atingir os objetivos da guerra para a eliminação do Hamas e ao mesmo tempo deixar quatro batalhões seus em Rafah".
O comunicado acrescentou que "é claro que uma operação potente em Rafah força a expulsão de civis das zonas de combate".
"É preciso um 'duplo plano': um para a eliminação dos batalhões do Hamas, outro para a evacuação da população civil", concluíram.
A região de Rafah está superlotada, com um aumento de cinco vezes a população desde o início dos ataques. Mais de um milhão de deslocados fugiram para o local, se instalando em acampamentos improvisados.
Até o momento, essa era uma das únicas áreas mais poupadas pelos avanços militares de Israel.
A decisão de ataque ocorreu em meio a negociações frustradas para uma trégua.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, classificou a reação de Israel como "exagerada".
Norte de Gaza
O palestino Adel al-Hajj, que vivia em um campo de refugiados no norte de Gaza e agora ocupa uma barraca em Rafah, disse que os locais temem uma "invasão" a qualquer momento: "Não tem lugar suficiente em Rafah para acomodar todos os deslocados, e não tem lugar seguro".
Para ele, que foi ouvido pela AFP, a entrada poderia terminar em "massacres" de centenas de milhares de pessoas que não teriam para onde ir, já que Rafah faz fronteira com o Egito.
Umm Ahmed al-Burai, uma mulher palestina de 59 anos acampada com as quatro filhas e três netos, também relatou o medo: "Haverá massacres, haverá genocídio. Não sei se seríamos capazes de fugir ao Egito ou se seríamos massacrados".
Jaber Abu Alwan, 52, disse que os ataques pioraram desde o anúncio de Netanyahu. Citando um pouco de esperança de "voltar para casa", ele disse: "Estamos esperando para morrer".
Também nesta sexta, subiu para 27.947 o número de palestinos mortos em Gaza desde o início da reação de Israel aos ataques do Hamas de 7 de outubro.
O total de feridos chegou a 67.459, segundo o mesmo balanço do Ministério da Saúde palestino.