A Selic é um instrumento usado pelo BC para conter a inflação. Quando ela sobe, desestimula investimentos e compras, e tende assim a segurar preços. Com a Selic em alta, porém, o crescimento da economia tende a ser menor já que empresários e consumidores não investem nem compram.
Por Redação - de São Paulo
A alta de preços de produtos vendidos no atacado acumula queda de mais de 7% nos últimos 12 meses, constata pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta segunda-feira. Os números reforçam a tendência de redução dos índices inflacionários e abre espaço para um corte da taxa básica de juros da economia nacional, a Selic.
A Selic é um instrumento usado pelo BC para conter a inflação. Quando ela sobe, desestimula investimentos e compras, e tende assim a segurar preços. Com a Selic em alta, porém, o crescimento da economia tende a ser menor já que empresários e consumidores não investem nem compram.
Plano Real
A queda dos preços n atacado tende a prosseguir, depois de alcançar patamares históricos durante a pandemia. Os produtos vendidos no atacado, de empresas para empresas, também estão com preços menores, de acordo com o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Em maio, o IPA registrou queda de 2,72%. Em 12 meses, ele acumula redução de 7,54%.
Uma queda assim que não tinha ainda sido registrada para um período semelhante do ano desde pelo menos 1995, no início do Plano Real. Em 2020, ano do início da pandemia, o IPA fechou o ano com alta de 31,64%.
— As commodities estão ficando mais baratas em reais, o que está impactando os preços no atacado, o que, por sua vez, começa a chegar ao consumidor. E ainda tem uma boa parte desta deflação do atacado que ainda precisa chegar no consumidor, o que tende, nos próximos meses, a continuar ajudando na desinflação dos bens industriais — resumiu a economista-chefe da Armor Capital, Andrea Damico.