Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 12 tiveram queda de preço em relação ao mês anterior, sendo as variações mais intensas registradas em perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-1,66%).
Por Redação, com Reuters – do Rio de Janeiro
Os preços ao produtor no Brasil recuaram em agosto pelo sétimo mês seguido, embora o ritmo da deflação tenha perdido força, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. O Índice de Preços ao Produtor (IPP) teve queda de 0,20% em agosto, taxa negativa mensal menos intensa desde abril (-0,12%) e depois do recuo de 0,31% em julho. O resultado levou o índice a registrar em 12 meses alta de 0,48%, tendo acumulado no ano queda de 3,62%.

Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 12 tiveram queda de preço em relação ao mês anterior, sendo as variações mais intensas registradas em perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-1,66%); madeira (-1,59%); equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (1,59%); e papel e celulose (-1,42%).
Explicações
Já as principais influências em agosto vieram de alimentos (-0,11 ponto percentual), outros produtos químicos (-0,08 p.p.), indústrias extrativas (-0,06 p.p.) e papel e celulose (-0,04 p.p.).
— Se observarmos o que acontece com o acumulado no ano, veremos que os principais impactos vieram de setores de grande peso na indústria: alimentos, metalurgia, indústrias extrativas e refino. O movimento desses preços tem explicações diversas, mas, no caso de alimentos, por exemplo, a safra é um fator que explica em grande parte a redução, não por acaso, açúcar, soja e arroz despontam como as principais influências no acumulado do ano — observou Alexandre Brandão, gerente do índice.
Os custos do setor de alimentos também caíram 0,44% em agosto, acumulando no ano recuo de 7,55%, mas avançando em 12 meses 1,45%. O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.
Alimentos
Já preço dos alimentos aos consumidores voltou a cair pelo quarto mês seguido, em todo o país. Em setembro, segundo o IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou negativo em -0,26% no grupo alimentação e bebidas.
O IPCA é o índice que mede a inflação oficial. Nos últimos quatro meses, alimentos e bebidas apresentaram deflação, situação em que os preços ficam mais baratos (inflação negativa). O recuo acumulado ficou em -1,17%. Os alimentos que apresentaram queda mais acentuada de preços foram tomate (-11,52%), cebola (-10,16%), alho (-8,70%), batata (-8,55%) e arroz (-2,14%).
No caso da alimentação no domicílio, a deflação ficou em -0,41% em setembro, contra queda de -0,83% anotada em agosto.