Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Polícia do Rio resgata 42 homens de centro para dependentes químicos

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Segunda, 22 de Julho de 2024 às 14:50, por: CdB

A inspeção constatou, ainda, que o local era insalubre e não havia profissionais capacitados para realizar o atendimento clínico a dependentes químicos. Todos os homens ali encontrados são dependentes químicos.

Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro

Cerca de 42 homens foram resgatados por policiais da Operação Segurança Presente, em Nova Iguaçu (RJ), de um centro de reabilitação clandestino chamado Projeto Decav, que funcionava em um sítio na rua Mato Grosso, nº 4930, em Campo Alegre.

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Casa funcionava em Nova Iguaçu, no Estado do Rio. Ela foi interditada

O major Fagner Souza, coordenador da operação, disse, nesta segunda-feira, à Agência Brasil que o local foi descoberto após policiais que faziam o patrulhamento no centro de Nova Iguaçu terem sido abordados por dois homens que haviam fugido do centro clandestino. Eles procuravam refúgio e relataram maus-tratos.

– A equipe foi ao local e comprovou a veracidade dos fatos – afirmou o militar. “Os policiais foram recebidos pelo responsável pelo centro, que se intitulava pastor Omar Bernardo da Costa, e constataram o cenário insalubre no local. Confirmou-se a denúncia de maus-tratos. A situação era deplorável”, disse.

A inspeção constatou, ainda, que o local era insalubre e não havia profissionais capacitados para realizar o atendimento clínico a dependentes químicos. Todos os homens ali encontrados são dependentes químicos.

Além da pouca alimentação e de má qualidade, os internos eram proibidos de sair do local. Eles sofriam castigos corporais, como surras e, à noite, eram acordados de 40 em 40 minutos para orar, afirmou o coordenador da base.

Pouca alimentação

Os internos eram obrigados a trabalhar para o pastor Omar, sob a vigilância de três homens que agiam como vigias e eram encarregados de manter a ordem, evitar fugas e aplicar penas corporais. Os internos eram obrigados também a realizar trabalhos sem qualquer remuneração, em situação análoga à escravidão, confirmou o major.

Foi apurado que o Projeto Decav não tinha autorização para funcionamento como uma instituição de atendimento a dependentes químicos.

O local foi periciado e interditado. O pastor e os três vigias foram encaminhados à 52ª Delegacia Policial (DP) e detidos pelo crime de cárcere privado.

A Delegacia de Assistência Social da Prefeitura de Nova Iguaçu foi acionada. O caso agora está com o Ministério Público. Os internos foram levados a abrigos da prefeitura para tratamento digno e alguns retornaram para suas famílias, informou o major Fagner.

 Segurança Presente

Na última semana, dois agentes do Programa Segurança Presente foram flagrados agredindo uma ambulante no Centro do Rio de Janeiro, na Rua São José. As imagens das agressões, registradas por câmeras de segurança e por populares, geraram grande repercussão nas redes sociais e motivaram a abertura de uma investigação pela Corregedoria da Polícia Militar. Após a divulgação das imagens, os agentes foram desligados do programa Segurança Presente.

A mulher, que vendia balas, foi empurrada e jogada no chão por um dos policiais militares na frente de uma lanchonete. Na tentativa de se defender, a mulher gritou: “Isso é covardia! Covardia com uma mulher!”. Segundo relatos de testemunhas, a ambulante também implorou para ser solta, mas o PM a manteve sentada no chão.

Em determinado momento, a mulher alega ter sido agredida pelo policial e tenta se desvencilhar, sem sucesso. Pessoas que passavam pelo local filmaram a cena e pediram que o agente a liberasse. Um dos policiais envolvidos se afastou da situação usando o celular, enquanto o outro permaneceu próximo à vítima.Diante da repercussão do caso, a Corregedoria da Polícia Militar abriu um processo de investigação de conduta dos agentes. 

Segundo a Secretaria de Estado de Governo, os agentes responsáveis pelas agressões não faziam parte do quadro fixo do programa, mas sim prestavam serviço no sistema de folga no Centro Presente. As imagens das câmeras corporais e dos vídeos feitos pela população estão sendo analisadas pela Corregedoria.

Segurança Presente reforça compromisso com direitos humanos

A Superintendência do Segurança Presente informou que todos os policiais que trabalham no programa passam por cursos de capacitação e se comprometem a seguir protocolos de abordagem com foco nos Direitos Humanos. A instituição repudia qualquer tipo de violência e reitera seu compromisso com a segurança da população.

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