Rede de Observatórios de Segurança alerta mais uma vez: governo Witzel necessita mudar lógica da política de segurança pública, com mais ênfase em inteligência e menos em confronto.
Por Redação, com RBA - do Rio de Janeiro
Relatório divulgado pela Rede de Observatórios de Segurança revela que o Rio de Janeiro teve aumento de 46% nas mortes envolvendo violência policial no primeiro semestre. A comparação é com igual período de 2018.
No primeiro semestre do ano passado, foram registrados 82 casos de mortes por ação de agentes de segurança. O número saltou para 120 óbitos este ano. Entre grandes operações e patrulhamento, foram mais de mil ações policiais monitoradas. A conclusão da pesquisa Operações policiais no Rio em 2019: existe um novo padrão? é de que elas se tornaram mais frequentes, letais e assustadoras para a população, sem efetiva diminuição da violência. De acordo com Silvia Ramos, coordenadora do Observatório da Segurança e da pesquisa, o governador Wilson Witzel (PSC) não consegue frear o crescimento dos grupos armados, por conta da falta de política de segurança de seu governo. “A novidade é que os milicianos se proliferaram para toda a área da região metropolitana. A milícia é algo específico do Rio de Janeiro. Se você não desarticula, sem usar a inteligência, identificação e prevenção, você faz a operação, mas vira fuzil contra fuzil e um monte de gente morre. No governo Witzel, a polícia desinteligente multiplicou o número de operações desorganizadas”, explicou, em entrevista à Rádio Brasil Atual. A falta de articulação entre as polícias civil e militar, depois da extinção da Secretaria de Segurança, é um dos problemas apontados. Enquanto as operações conjuntas foram uma marca do período da intervenção militar no estado, hoje, representa apenas 3% das ações policiais. – A operação não é para ser feita por polícia militar. Há um desgaste muito grande quando você faz operações sem uma base de inteligência e informação, porque não tem essa competência legal para fazer e utiliza muito mais dos improvisos. A atividade prioritária é a prevenção e patrulhamento, sem operações – avalia o antropólogo Robson Rodrigues, à repórter Viviane Nascimento, da TVT.