A investigação constatou que servidores estariam entrando no sistema do Programa Bolsa Família para mudar dados cadastrais e, assim, obter vantagens indevidas.
Por Redação, com ABr - de Brasília
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira a Operação Grande Família, com objetivo de colher provas da prática de fraudes no programa Bolsa Família na Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) da prefeitura de Goiânia.
– A fraude consistia na alteração de endereços de beneficiários e na inclusão de pessoas que não preenchiam os requisitos para o recebimento do benefício – diz a PF em nota.
A investigação constatou que servidores estariam entrando no sistema do Programa Bolsa Família para mudar dados cadastrais e, assim, obter vantagens indevidas.
Foi apurado que, em um só endereço, foram cadastradas 13 famílias que não deveriam fazer parte do programa, indicando falha no controle de emissão do cartão cidadão. De acordo com a PF, as ações contam com o apoio da Semas.
Desde cedo, aproximadamente 25 policiais federais cumprem 5 mandados de busca e apreensão em Goiânia, inclusive na sede da Semas.
Segundo a PF, os suspeitos poderão responder pelos crimes de “estelionato e inserção de dados falsos em sistema de informações, com penas que atingem 12 anos de reclusão”.
Alagoas
A Polícia Federal deflagrou nesta manhã uma operação para desarticular organização criminosa responsável por fraudes em diversos contratos firmados com prefeituras municipais. A estimativa é que pelo menos R$ 10 milhões foram desviados dos cofres públicos. O grupo atuava nos municípios de Boca da Mata, Mata Grande, Branquinha, Campo Grande, Joaquim Gomes, Maravilha, Olho D´Água Grande, Pariconha, Rio Largo, São Luiz do Quitunde, Estrela de Alagoas, São Miguel dos Campos, Pão de Açúcar e Dois Riachos, todos em Alagoas.
A Operação Sesmaria Alagoana foi deflagrada pela PF em conjunto com a Receita Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) e envolveu mais de 170 policiais federais, além de nove auditores da CGU e nove da Receita. Eles dão cumprimento a 42 mandados judiciais de busca e apreensão, a três mandados de prisão preventiva, além do sequestro de bens móveis e imóveis, inclusive veículos e imóveis de luxo, além de fazendas.
O grupo é investigado por crimes de fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e constituição de organização criminosa. Somadas, as penas podem ultrapassar 50 anos de prisão.
O grupo teria contratado uma empresa para locação de veículos aos municípios sem ter a necessária frota; emitido notas fiscais relativas a abastecimentos não realizados; feito saques em espécie e na boca do caixa de contas das prefeituras, com posterior distribuição dos valores entre os membros da organização criminosa; aquisição de imóveis e veículos de luxo, sem declarar à Receita Federal, para ocultar a origem ilícita do dinheiro.
Alguns dos investigados foram afastados cautelarmente dos cargos públicos que ocupam por ordem judicial, bem como proibidos de se aproximarem das respectivas prefeituras e órgãos públicos.