O principal crime cometido é a fraude bancária eletrônica, com o roubo de dados de cartões de crédito e sua posterior revenda.
Por Redação, com ABr - de São Paulo
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira, a Operação Singular, para combater a criminalidade cibernética. Por meio de modernas técnicas de investigação digital, desenvolvidas pela PF no ambiente da deep web (nome que se dá à camada da internet que não pode ser acessada através de mecanismos de busca, como o Google, por exemplo), chegou-se a uma organização criminosa com abrangência nacional, integrada por inúmeras pessoas, das quais sete foram identificadas como seus líderes.
Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e cinco de prisão preventiva, nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Ceará. Um dos investigados permanece foragido.
O principal crime cometido é a fraude bancária eletrônica, com o roubo de dados de cartões de crédito e sua posterior revenda. Foi identificado que um dos hackers da quadrilha invadiu o sistema informático de uma grande empresa responsável pela elaboração de concursos e cobrava valores em criptomoedas para aprovar candidatos que conseguissem chegar à segunda fase do certame.
O crime de formação de organização criminosa prevê pena de 3 a 8 anos de reclusão. Já o furto de cartões de crédito prevê de 2 a 8 anos de prisão. Por fim, o crime de invasão de dispositivo informático, pena de 1 a 4 anos.
Combate às drogas
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, o governador do estado, João Doria, secretários municipais, estaduais, representantes de autarquias e inspetorias se reuniram na segunda-feira na sede da prefeitura para alinhar as estratégias, mapear as necessidades e identificar os avanços da segunda fase do Programa Redenção, que oferece tratamento aos dependentes químicos.
As ações para a evolução do programa serão articuladas em quatro eixos principais, saúde, assistência social, segurança e trabalho, que atuarão com protocolos e metas a curto e médio prazo.
Para fazer um acompanhamento das ações, estão previstas reuniões setoriais envolvendo representantes das pastas estaduais e municipais.
A prefeitura informou que também está aberta a uma interlocução com agentes do Governo Federal, com o objetivo de trabalhar de forma complementar e integrada.
– Chamamos o ministro [da Cidadania Osmar Terra] para trabalharmos juntos em três frentes. Comunidades terapêuticas; a ideia de abstinências com muitos modelos, mas não o único, e em terceiro lugar, nós achamos que cada indivíduo tenha seu projeto terapêutico singular, e em cima disso vamos conversar com o Ministério da Cidadania – disse o coordenador de Saúde do Programa Redenção, Arthur Guerra. Segundo ele, o convite é para uma conversa. Depois, pode haver um pedido de transferência de recursos do governo federal.
Internação compulsória
Quanto a internação compulsória, Guerra afirmou que, ainda que necessária em alguns casos, o programa pretende trabalhar com o modelo de internações voluntárias, que é quando o usuário de drogas aceita ser internado e tratado.
– A internação compulsória é um procedimento médico que existe há milhares de anos, ela não pode ser vista como o único modelo milagroso de resolver todo o problema de saúde e social também. Em alguns casos ela é indicada. Nós trabalhamos no município com a internação voluntária, nós tivemos em dois anos 10 mil internações voluntárias – disse Guerra.
O coordenador disse ainda que três ações imediatas serão iniciadas essa semana. “Temos uma ação de grupos específicos de trabalho entre estado e prefeitura nas áreas de saúde, assistência social, segurança e geração de renda e trabalho; uma segunda meta importante, é buscar, junto à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), um modelo de pesquisa que possa avaliar como esse esforço tem a sua credibilidade, ou seja, se está dando certo, e em terceiro lugar é ter a parceria do governo federal para buscar recursos que possam implementar nossa atividade”, disse.
Segundo o coordenador do programa Redenção, a taxa de internações involuntárias hoje no programa em São Paulo é em torno de 12%. “Nos seis anos do projeto Recomeço [do governo do estado], tivemos 0,03% de internações compulsórias [quando o juiz determina] e involuntárias entre 12% e 15%. O Programa Redenção [municipal] deve manter esses índices”.
De acordo com Guerra, a meta da Prefeitura de São Paulo de acabar com 80% da Cracolândia, área no centro da cidade onde há concentração de tráfico e usuários de drogas- até o fim do ano que vem está mantida. “É uma meta que estamos perseguindo de forma bastante objetiva”.
Já o prefeito Bruno Covas disse que o esforço da equipe tem sido fundamental para o sucesso do programa. “Eu só tenho que agradecer todo o empenho dessa equipe e a coordenação do governador João Doria para enfrentar esse problema que se arrasta aqui na capital”, disse.
Lei
A prefeitura sancionou em maio deste ano a lei que instituiu a Política Municipal Sobre Álcool e Outras Drogas, com o objetivo de executar ações de prevenção, atenção e reinserção social de usuários de álcool e outras drogas.
A iniciativa foi marcada pela nova etapa do Programa Redenção, criado em 2017 para atender aos usuários abusivos de crack e outras drogas que se encontram em situação de vulnerabilidade ou risco social.