Segundo a PF, o líder do grupo é influente politicamente na região e por isso não teve dificuldades para indicar pessoas de sua confiança para os cargos.
Por Redação, com ABr - de Brasília
A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã desta terça-feira 14 mandados de prisão temporária e 37 mandados de busca e apreensão nas cidades do interior paulista de Araçatuba, Clementina, Itatiba, Jundiaí e na capital, durante a Operação “#TudoNosso”, cujo objetivo é investigar crimes de desvios de recursos públicos e fraude de licitações para firmar contratos com a prefeitura de Araçatuba. A PF foi simultaneamente a quatro secretarias da prefeitura de Araçatuba, na sede do diretório político coordenado pelo líder da organização criminosa e em endereços comerciais e residenciais relacionados às empresas e investigados. Em Itatiba, o alvo das buscas é a sede de um sindicato presidido pelo filho do líder do grupo. Segundo informações da PF, as investigações começaram há dois anos com denúncias de que havia desvio de recursos públicos por meio de contratação falsa de empresas prestadoras de serviços para a Prefeitura de Araçatuba. “O líder da organização criminosa, empresário de 64 anos, sindicalista e presidente de diretório político no município seria o idealizador de um grande esquema de corrupção envolvendo diversas empresas ligadas a ele e sua família. Um filho e um genro do líder do grupo são sócios “laranja” de empresas e também tiveram a prisão decretadas”. De acordo com as investigações o empresário é dono de pelo menos cinco empresas registradas em nome de laranjas, sendo que a maioria dos sócios emprestam seus nomes em troca de vantagens. Essas empresas eram utilizadas para desviar os recursos públicos e fraudar licitações para possibilitar os contratos com a administração pública de Araçatuba. “As investigações demonstraram que, nos últimos dois anos, as empresas investigadas aditaram ou celebraram novos contratos suspeitos com a prefeitura nas áreas de educação e assistência social que superaram, até o momento, a cifra de R$ 15 milhões. As investigações prosseguirão e a estimativa da PF é que esse valor possa ser muito maior”. O líder do grupo criou ainda uma organização social que também foi utilizada para os desvios de recursos públicos. O esquema contou ainda com servidores públicos que foram indicados em setores estratégicos, de interesse da organização, para viabilizar as contratações e fraudes sem levantar suspeitas ou questionamentos sobre eventuais superfaturamentos.