Além do bebê, outra criança, um menino que aparenta ter seis ou sete anos, foi separado da mulher durante a abordagem e entrou em desespero ao presenciar a cena. Ele gritou e tentou defendê-la, mas foi violentamente afastado pelos policiais e protegido por testemunhas. Várias pessoas que estavam nas proximidades tentaram interferir.
Por Redação - de Belo Horizonte
Uma mulher com um bebê no colo e uma criança sob sua guarda foi presa com requintes de violência, na noite passada, por dois policiais militares de Itabira, no interior de Minas Gerais. A abordagem brutal ocorreu no centro da cidade. A mulher, que teve a identidade preservada, foi derrubada em um golpe e imobilizada com o joelho de um dos PMs no pescoço, embora ainda segurasse o bebê, no colo.
Além do bebê, outra criança, um menino que aparenta ter seis ou sete anos, foi separado da mulher durante a abordagem e entrou em desespero ao presenciar a cena. Ele gritou e tentou defendê-la, mas foi violentamente afastado pelos policiais e protegido por testemunhas. Várias pessoas que estavam nas proximidades tentaram interferir e uma delas pegou o bebê para protegê-lo quando a mulher já estava no chão e com o joelho do policial em seu pescoço. Após ser algemada, ela foi levada pelos policiais para uma viatura.
Repulsa
As cenas ganharam as redes sociais, neste sábado, e vídeos que mostram a abordagem foram compartilhados aos milhares e levaram à comparação com o caso do norte-americano George Floyd, um homem de pele preta, morto aos 46 anos no dia 25 de maio de 2020 após ser algemado e ter o pescoço prensado contra o chão por um policial, em Minnesota (MN-EUA).
Entre as manifestações de protesto contra a ação policial, o prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB) pronunciou-se, com indignação.
"Com a responsabilidade de prefeito, manifesto minha repulsa diante das imagens de uma abordagem policial ocorrida no início da noite em Itabira. As lamentáveis cenas precisam ser apuradas com rapidez e rigor. Este não é o procedimento padrão das nossas escolas militares e do Comando Geral da Corporação”, escreveu.
Munições
Em nota, a Polícia Militar de Minas Gerais informou que prendeu um casal no início da noite de sexta por porte ilegal de arma de fogo e munições.
"Durante a abordagem foram apreendidas quatro munições calibre .32 com o homem. Para impedir a apreensão da arma de fogo que estava consigo, a mulher se agarrou a uma criança, usando-a como escudo humano e se recusando a largá-la", diz a nota.
Segundo a PM, a mulher foi projetada ao solo e imobilizada, numa queda controlada. A informação oficial é que a criança que estava no colo não sofreu nenhuma lesão.
"Além da arma de fogo e das munições, uma touca ninja também foi apreendida com o casal", resume a PM mineira.