Reeleito pela quinta vez como deputado pelo Rio Grande do Sul, Pimenta assume a tarefa de comandar a comunicação do novo governo Lula. Ao programa semanal Entre Vistas, apresentado por Juca Kfouri na TV do Trabalhador (TVT), o ministro tratou da reconstrução da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC).
Por Redação, com RBA - de Brasília
Ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), o jornalista Paulo Pimenta afirmou, nesta sexta-feira, que o principal desafio da sua gestão será recuperar a credibilidade da comunicação do governo federal. Ele afirmou que a Secom, assim como outras instituições, sofreu um processo de “captura ideológica” durante o governo Bolsonaro. Mais do que isso, a comunicação pública e governamental virou ferramenta de desinformação. Foi o que ocorreu, por exemplo, durante a pandemia de covid-19.
Reeleito pela quinta vez como deputado pelo Rio Grande do Sul, Pimenta assume a tarefa de comandar a comunicação do novo governo Lula. Ao programa semanal Entre Vistas, apresentado por Juca Kfouri na TV do Trabalhador (TVT), o ministro tratou da reconstrução da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), dos mecanismos para a democratização dos meios de comunicação no Brasil e do enfrentamento às notícias falsas, dentre outros temas.
— A prioridade é recuperar o governo como uma fonte confiável, com credibilidade — afirmou o ministro. Ele destacou que as comunicações pública e governamental são “ferramentas muito poderosas”, que prestam serviço à população. Mas, nos últimos anos, capturadas pelo bolsonarismo, trouxeram “enormes prejuízos” à sociedade.
Democratização
Para enfrentar a concentração midiática no país, Pimenta afirmou que o governo pretende estabelecer políticas que valorizem a pluralidade e diversificação dos meios de comunicação. Isso passa por uma distribuição mais equânime das verbas de publicidade do governo federal, privilegiando não apenas a imprensa tradicional, mas também sites e veículos da mídia independente, regional e periférica, por exemplo.
Disse que a Secom não servir como ferramenta de apoio aos “amigos”, nem vai perseguir os “inimigos”. Mas que o órgão terá “opinião”, posicionando-se de maneira contundente em relação a casos de desinformação ou discurso de ódio. E afirmou ainda que, se depender dele, tanto tanto a imprensa pública – TV Brasil, Agência Brasil, etc – como a comunicação governamental vão tratar como “golpe” o impeachment contra a presidenta deposta Dilma Rousseff (PT), tema que enfurece a imprensa tradicional, que apoiou.
Uma das formas de enfrentar o monopólio nas comunicações, de acordo com o ministro, será através da política de publicidade do governo federal. Em 2022, o governo Bolsonaro gastou R$ 392 milhões em publicidade governamental – sem contar os anúncios das estatais. Mais o “grosso” desse dinheiro foi parar na mão dos grandes grupos. Pimenta pretende rever essa política, seguindo novos critérios.