Segundo o ministro, o teto atual de 6,5 milhões de passageiros, em vigor há cerca de dois anos, será ampliado gradualmente.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
O Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, deverá receber mais passageiros a partir do próximo ano. A informação foi confirmada nesta segunda-feira pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, durante entrevista à GloboNews.
Segundo o ministro, o teto atual de 6,5 milhões de passageiros, em vigor há cerca de dois anos, será ampliado gradualmente. A previsão é liberar entre 1 milhão e 1,5 milhão de novos viajantes, elevando a capacidade anual do terminal para até 8 milhões até 2026.
Costa Filho garantiu que a medida não trará prejuízos ao Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, que tem registrado crescimento no fluxo de passageiros, especialmente em voos internacionais. Para ele, o avanço do turismo e da economia brasileira sustenta a expansão simultânea dos dois terminais.
Paes faz críticas
No fim de semana, o tema gerou reação do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), que criticou publicamente informações sobre uma possível flexibilização no limite do Santos Dumont. Paes afirmou que haveria pressões dentro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para rever uma política que, segundo ele, vinha funcionando bem.
O prefeito destacou que a limitação de voos no Santos Dumont foi decisiva para a recuperação do Galeão. De acordo com os dados citados por Paes, o número de passageiros no aeroporto internacional cresceu de cerca de 8 milhões em 2023 para 17 milhões em 2025.
Resposta da Anac
Em resposta, a Anac divulgou nota negando qualquer atuação irregular e reforçou que segue orientações do Ministério de Portos e Aeroportos, do Tribunal de Contas da União (TCU) e do governo federal.
Decisão
O ministro explicou que a decisão não partiu de forma isolada de nenhum órgão e foi resultado de negociações conduzidas no âmbito do TCU.
– Esse acordo que foi feito não foi um movimento da Anac ou do ministério. Foi feito o Tribunal de Contas da União, sob a liderança do relator Benjamin Zymler, onde teve a oportunidade de construir um entendimento entre a concessionária do Galeão, a Anac, os técnicos do Tribunal de Contas, o Ministério de Portos e Aeroportos e, desde o primeiro momento, a prefeitura e o Governo do Estado acompanharam o entendimento – disse.
Para Costa Filho, os aeroportos cariocas cumprem papéis complementares. Enquanto o Galeão concentra operações internacionais e tem grande potencial de expansão no turismo externo, o Santos Dumont segue essencial para a dinâmica econômica da cidade, especialmente em voos domésticos de curta distância.
– É como ter dois filhos dentro de casa. Você não pode dar todo o tratamento, toda a atenção a um filho só, e o outro você não dá a mínima de atenção. Nós temos dois ativos importantes no Rio de Janeiro. O Galeão é importante pela história, pelo potencial que tem no turismo internacional, que é crescente no Rio, mas também nós precisamos ter um olhar para o Santos Dumont – ressaltou.
