Em comunicado, a PGR explica que o procurador-geral Augusto Aras está no exterior, mas enviou mensagens a Moraes assim que soube do ocorrido. Além disso, "considera repulsiva essa agressão, que se agrava, segundo ele, ao atingir a família do ministro”.
Por Redação - de Brasília
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu, neste domingo, que a Polícia Federal (PF) repasse as informações sobre a hostilização sofrida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e a agressão contra seu filho no aeroporto internacional de Roma, capital da Itália.
Em comunicado, a PGR explica que o procurador-geral Augusto Aras está no exterior, mas enviou mensagens a Moraes assim que soube do ocorrido. Além disso, "considera repulsiva essa agressão, que se agrava, segundo ele, ao atingir a família do ministro”.
Palestra
Na última sexta-feira, Moraes foi atacado no aeroporto de Fiumicino por três brasileiros, identificados como Andréia e Roberto Mantovani e Alex Zanatta Bignotto, ao retornar da Universidade de Siena, onde realizou uma palestra no Fórum Internacional de Direito.
Andréia xingou o ministro de "bandido, comunista e comprado", enquanto Mantovani agrediu fisicamente o filho de Moraes. Já Bignotto também proferiu palavras de baixo calão. O trio deve responder pelos crimes de agressão, injúria e difamação.
Acordo
Bignotto prestou depoimento na delegacia da PF de Piracicaba, em São Paulo, nesta manhã e apesar das provas cabais contra ele, negou todas as acusações, segundo seu advogado de defesa.
— Ele em absoluto fez qualquer ofensa ao ministro, mas nós estaremos esclarecendo isso nos autos e tudo será muito bem esclarecido no curso das investigações — disse Ralph Tórtima Stettinger Filho, que representará também os outros dois acusados, à imprensa.
O casal Mantovani também foi intimado nesta manhã, mas alegou uma viagem e, por isso, não seria possível comparecer à delegacia. Eles devem ser ouvidos na próxima terça-feira. A PF acionou o adido da polícia em Roma para as tratativas com as autoridades italianas. Um acordo de cooperação internacional entre os países também deve garantir o acesso às imagens do dia da agressão.
Democracia
Após o episódio, diversas personalidades e políticos prestaram solidariedade a Moraes. O presidente da Câmara, Arthur Lira, ressaltou que "democracia se faz com debate e não violência”.
"Minha solidariedade ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, e sua família agredida no aeroporto de Roma. É inaceitável que se use o argumento de liberdade de expressão para agredir, ofender e desrespeitar autoridades constituídas. Isso não pode continuar", escreveu.
Já o líder do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que "atos de hostilidade como os que sofreram o ministro Alexandre de Moraes e sua família, ontem, são inaceitáveis. Mais do que criminoso e aviltante às pessoas, às instituições e à democracia, esse tipo de comportamento mina o caminho que se visa construir de um país de progresso, civilizado e pacífico", afirmou.
O ministro do STF, Gilmar Mendes, também prestou solidariedade, bem como o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, o advogado-geral da União, Jorge Messias, entre outros.