O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira, que os novos pesticidas aprovados pelo governo recentemente serão utilizados para substituir produtos antigos.
Por Redação - de Brasília
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quarta-feira, que os novos pesticidas aprovados pelo governo recentemente serão utilizados para substituir produtos antigos. Ele destacou ser “impossível” o Brasil alimentar o mundo sem utilizar agrotóxicos. Há, no entanto, severas controvérsias quanto a tal afirmativa.
Bolsonaro, que se auto intitula “o capitão motosserra”, tem demonstrado seguidamente que sua posição ideológica o coloca ao lado do desmatamento e da selvageria praticada por setores do agronegócio, tanto quanto ao uso de pesticidas quanto à grilagem de terras; assassinatos de militantes pela reforma agrária e a ocupação desenfreada de espaços preservados por sua biodiversidade.
Levantamento divulgado na véspera mostra que, no mês de junho, houve o aumento de 88% na devastação da Floresta Amazônica, em comparação a igual período do ano passado. Em julho, esta proporção subiu para 278%.
Mensageiro
Os números são do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). O levantamento foi realizado pela equipe do cientista Ricardo Galvão, demitido do Instituto por Bolsonaro, após divulgá-lo, na última sexta-feira. Galvão se negou a dissimular estatísticas de acordo com a vontade do presidente.
Para o posto, foi nomeado o militar da Aeronáutica Darcton Policarpo Damião. Bolsonaro desdenhou dos dados, disse se tratar de “sensacionalismo”. Na visão ambiental do presidente, mata-se o mensageiro em lugar de prestar atenção à mensagem, que é a destruição de um patrimônio da Humanidade.
Dados do Inpe para julho, segundo o estudo, revelam que 2.254,9 Km2 da Floresta Amazônica desapareceram, em comparação com os 596,6 Km2 em igual período de 2018. A análise é do Departamento de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que mede as áreas de devastação para setores de fiscalização ambiental do governo.
Fome
Bolsonaro, assim, demite profissionais e ridiculariza o questionamento sobre a questão ambiental, seja quanto ao desmatamento ou ao envenenamento das lavouras. O presidente e seus ministros usam a estratégia do diversionismo para negar o aquecimento global, a ditadura militar e o apoio à tortura. Ainda segundo o mandatário, não existe fome no país.
Bolsonaro disse, ainda, em entrevista coletiva ao sair do Palácio da Alvorada, ser contra qualquer tipo de aumento de impostos e disse ter a intenção de diminuir a carga tributária.