Rio de Janeiro, 05 de Dezembro de 2025

Pedidos de empréstimo sobem pela 4ª vez, embalados pela Black Friday

Em relação ao custo dos financiamentos no país, os juros médios tiveram alta em novembro, a 36,2% ao ano, contra 35,9% no mês anterior, dado que considera apenas o segmento de recursos livres, no qual as taxas são definidas livremente pelas instituições financeiras.

Sexta, 27 de Dezembro de 2019 às 11:56, por: CdB

Em relação ao custo dos financiamentos no país, os juros médios tiveram alta em novembro, a 36,2% ao ano, contra 35,9% no mês anterior, dado que considera apenas o segmento de recursos livres, no qual as taxas são definidas livremente pelas instituições financeiras.

 
Por Redação, com Reuters - de Brasília
  O estoque total de crédito no Brasil subiu 1,1% em novembro sobre outubro, a R$ 3,410 trilhões, no quarto mês consecutivo de alta, embalado por financiamentos tomados por empresas em mês de promoções da Black Friday. Com isso, o saldo geral de financiamentos no país passou a 47,3% do Produto Interno Bruto (PIB), divulgou o Banco Central nesta sexta-feira.
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Os juros no cartão de crédito ainda estão entre os mais altos do mundo e sofreram um novo reajuste
Contrariando tendência verificada ao longo do ano, em novembro a expansão do crédito foi mais forte na comparação com outubro entre empresas (+1,4%) do que entre pessoas físicas (+0,9%). Segundo o chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do BC, Renato Baldini, isso ocorreu por conta da alta do dólar frente ao real, que aumentou o estoque de crédito em algumas modalidades. — Hoje o impacto (da depreciação cambial) é percebido principalmente no crédito livre e no crédito livre a pessoas jurídicas — afirmou ele, citando as modalidades de repasses externos e financiamento a exportações, com contratos vinculados à variação cambial.

Inadimplência

Em relação ao custo dos financiamentos no país, os juros médios tiveram alta em novembro, a 36,2% ao ano, contra 35,9% no mês anterior, dado que considera apenas o segmento de recursos livres, no qual as taxas são definidas livremente pelas instituições financeiras. O spread, que mede a diferença entre a taxa de captação dos bancos e a cobrada a seus clientes, também subiu no mesmo período, a 30,7 pontos percentuais, contra 30,3 pontos em outubro. Houve encarecimento nas condições de crédito apesar de a inadimplência no mesmo segmento ter caído a 3,8%, contra 3,9% no mês anterior. Olhando para as modalidades mais caras, os juros do cheque especial subiram em novembro a 306,6% ao ano, contra 305,9% em outubro.

Tarifas

No fim de novembro, o governo estabeleceu um limite para os juros do produto de 8% ao mês — cerca de 150% ao ano, metade do que é praticado hoje. Em compensação, também passou a permitir que as instituições financeiras cobrem tarifa pela disponibilização de limite de cheque especial, sendo vedada a cobrança para limites de crédito de até 500 reais. A limitação dos juros trazida em regulação entrará em vigor em 6 de janeiro de 2020. Para os contratos em vigor, a incidência de tarifa só será permitida a partir de 1º de junho de 2020, caso não venham a ser repactuados antes.

Câmbio

Em novembro, o dólar subiu cerca de 5,5%, disse Baldini. No mês, houve forte pressão no câmbio diante da frustração com perspectivas de ingressos de recursos no país com o leilão de petróleo da cessão onerosa. Desconsiderado o efeito cambial, o estoque geral de crédito no país teria subido 0,9% em novembro ante outubro, ao invés de 1,1%, pontuou o técnico do BC. Baldini afirmou, ainda, que a Black Friday também teve efeito sobre as compras à vista com cartão de crédito pelas pessoas físicas — principal modalidade sensibilizada pela data. Mas a elevação ante outubro foi de R$ 5 bilhões, metade do observado em novembro do ano passado. No acumulado de janeiro a novembro, o estoque geral de financiamentos cresceu 4,7%, com retração de 1,7% para empresas e alta de 9,9% para famílias. No acumulado em 12 meses, o aumento do crédito no Brasil foi de 6,3%. Para 2019, o BC espera que vá haver um crescimento de 6,9% no estoque total de crédito, conforme estimativa divulgada mais cedo neste mês, mais alta que o percentual de 5,7% projetado em setembro.
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