Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Para além do drama norte-americano 

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Sexta, 08 de Novembro de 2024 às 09:45, por: CdB

As eleições nos EUA refletem a crise do sistema e a ascensão do neofascismo, enquanto forças progressistas buscam alternativas para transformar uma sociedade global.

Por Luciano Siqueira – de Brasília

Natural que repercuta no mundo inteiro, nas mais diversas esferas, o resultado da eleição presidencial norte-norte-americana. Trata-se da maior superpotência no cenário geopolítico, ainda que exibindo continuadamente sinais de decadência. 

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A Casa Branca em Washington DC, EUA

Os discursos de Donald Trump e da sua oponente Kamala Harris na essência não expressam diferenças significativas de qualidade. 

Mas o candidato vitorioso se diferenciou em grande parte pelo caráter neofacista no seu discurso.

E se é possível, no contraditório e questionável sistema eleitoral norte-americano, ao cidadão comum vislumbrar no seu voto alguma contribuição para mudar a situação concreta em que está mergulhado, predominou a ausência de alternativas reais. 

Este é um entre muitos indícios que sinalizam fortemente a natureza carcomida da sociedade norte-americana. 

Mais do que isso, os impasses no sistema capitalista imperante no mundo, que nada mais tem a oferecer à Humanidade além da ultra concentração da produção, da renda e da riqueza e o permanente estímulo à guerra e conflitos regionais, alimentados por uma indústria armamentista cujo desempenho é indispensável à própria economia interna dos Estados Unidos.

Decadência norte-americana

Em contrapartida, além de compreender as razões da decadência norte-americana, cabe às forças revolucionárias e progressistas mundo afora avançarem na tentativa de deslindar, de modo consequente, contradições que se interpõem à necessidade objetiva de um novo ciclo de transformações na sociedade humana. 

Em outras palavras, é preciso dar um passo adiante no que se tem chamado a nova luta pelo socialismo. 

Não tem sido fácil. É uma empreitada de complexas implicações teóricas e políticas de médio e longo prazo e de desafios na busca de alternativas que, embora possam se inspirar na experiência acumulada, trazem em si elementos essenciais absolutamente inovadores. 

Uma prolongada peleja teórica e prática que ainda não produziu, no plano subjetivo, um feixe de respostas que permitam o pleno enfrentamento do neofascismo ascendente, do qual faz parte, a seu modo, Donald Trump (no posto de comando) e a parte do stablishment norte-americano a ele vinculado.

 

Luciano Siqueira, é médico, membro do Comitê Central do PCdoB e secretário nacional de Relações Institucionais, Gestão e Políticas Públicas do partido, foi deputado estadual em Pernambuco e vice-prefeito do Recife.

As opiniões aqui expostas não representam necessariamente a opinião do Correio do Brasil

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