Essa não é a primeira vez que o Pontífice cobra o respeito e o apoio às grávidas no ambiente de trabalho e o tema da natalidade que, especialmente na Itália, é um assunto muito em voga por conta do envelhecimento da população.
Por Redação, com ANSA - da Cidade do Vaticano
O papa Francisco realizou nesta segunda-feira uma audiência privada com centenas de membros da Confederação das Indústrias Italianas (Confindustria) no Vaticano e cobrou o fim das demissões de mulheres que engravidam.
Em outra passagem de seu longo discurso, o líder da Igreja Católica voltou a falar das disparidades salariais vistas no mundo e como isso afeta a própria sociedade como um todo.
– Criar trabalho gera uma certa igualdade nas vossas empresas e na sociedade. É verdade que nas empresas existe a hierarquia, é verdade que existem funções e salários diferentes, mas os salários não devem ser muito diferentes. Hoje, a parcela do valor que vai para o trabalho é muito pequena, sobretudo se compararmos com aquela que vai para as rendas financeiras e para os salários dos gerentes. Se a diferença entre os salários mais altos e mais baixos fica muito grande, adoece a comunidade empresarial e logo adoece a empresa – disse o religioso.
Segundo o Papa, "o valor que vocês criam depende de todos e de cada um, depende da sua criatividade, do talento e da inovação, mas também depende da cooperação de todos, do trabalho diário de todos".
Discurso
Para Francisco, "se é verdade que cada trabalhador depende do empresário e dos diretores, é também verdade que o empresário depende de cada trabalhador, da criatividade, do coração deles e até da alma" para crescer. Parte do discurso também foi voltado à integração dos imigrantes, um dos temas mais caros do líder católico durante seu Pontificado.
Conforme Jorge Mario Bergoglio, "é preciso destacar o papel positivo que as empresas têm sobre a realidade da migração, favorecendo a integração construtiva e valorizando a capacidade indispensável para a sobrevivência das empresas no atual contexto".
– Ao mesmo tempo, é preciso rejeitar com força toda forma de exploração de pessoas e de negligência sobre a segurança delas. O problema dos migrantes pede que eles sejam acolhidos, acompanhados, apoiados e integrados. E uma maneira de integrar é pelo trabalho. Mas, se o migrante é rejeitado ou simplesmente usado como um trabalhador braçal sem direitos isso é uma injustiça grande e faz mal também ao país – acrescentou.