A instituição multilateral trabalha em cima de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como parte da Agenda 2030. A ideia é fomentar ações e direcionar boas práticas para que o mundo alcance, ainda que tardiamente, um modelo de desenvolvimento menos agressivo e propenso às catástrofes.
Por Redação, com ACS/ONU e RBA - de Genebra e São Paulo
A pandemia de covid-19 impactou o mundo de forma negativa em muitos setores, aumentado a pobreza e a fome. A porcentagem de pessoas vivendo na extrema pobreza no mundo aumentou de 8,4% em 2019 para 9,5% em 2020. Cerca de 90% dos países ainda relatam problemas diversos nos serviços de saúde. A Organização das Nações Unidas (ONU) classifica os efeitos do coronavírus como “catástrofe geracional” na educação.
Diante deste cenário, o Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2021, da ONU, aponta para a necessidade de soluções rápidas. “As decisões e ações tomadas durante os próximos 18 meses determinarão se os planos de recuperação da pandemia colocarão o mundo no caminho para alcançar as metas acordadas globalmente que visam a impulsionar o crescimento econômico e o bem-estar social, protegendo o meio ambiente”, afirma o texto.
A instituição multilateral trabalha em cima de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como parte da Agenda 2030. A ideia é fomentar ações e direcionar boas práticas para que o mundo alcance, ainda que tardiamente, um modelo de desenvolvimento menos agressivo e propenso às catástrofes.
Ação solidária
Entre estes objetivos, afetados pela pandemia, é possível citar: erradicação da pobreza; fome zero; saúde e bem-estar; igualdade de gênero; água potável e saneamento; energia limpa e acessível; redução das desigualdades; entre outros.
Contra este cenário de fome, O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) já doou um milhão de marmitas e cinco mil toneladas de alimentos durante a pandemia do coronavírus.
Desigualdade
Além do aumento na extrema pobreza, os demais índices de desenvolvimento humano foram afetados como um todo. De acordo com estudos da ONU, de 119 a 124 milhões de pessoas foram empurradas para situação de pobreza em 2020, cerca de 255 milhões de empregos foram perdidos. O número de pessoas afetadas pela fome aumentou de 83 para 132 milhões.
— Estamos em um momento crítico na história da humanidade. As decisões e ações que tomamos hoje terão consequências importantes para as gerações futuras — destaca o subsecretário-geral do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, Lui Zhenmin.
Se, por um lado, os mais pobres e a classe média vivem escassez de recursos, por outro os mais ricos ficaram ainda mais ricos. A desigualdade crescente atinge níveis brutais em todo o planeta. Uma das evidências é a desigualdade vacinal entre as nações.
“A pandemia expôs e intensificou as desigualdades dentro e entre os países. Em 17 de junho de 2021, cerca de 68 vacinas foram administradas para cada 100 pessoas na Europa e na América do Norte, em comparação com menos de duas na África Subsaariana”, completa o relatório.
Maiores desafios
A realidade também é especialmente difícil para países em desenvolvimento, como o Brasil. Com recuo da economia global, os fluxos de investimentos estrangeiros diretos reduziram 40%. Isso implicou, de acordo com a ONU, no aumento do endividamento dessas nações.
Mesmo com a desaceleração da economia, não foram notados efeitos significantes na redução do aquecimento global.
“A desaceleração econômica em 2020 fez pouco para diminuir a crise climática. As concentrações dos principais gases de efeito estufa continuaram a aumentar, enquanto a temperatura média global estava cerca de 1,2°C acima dos níveis pré-industriais, perigosamente perto do limite de 1,5°C estabelecido no Acordo de Paris”, resume o texto das Nações Unidas.