A corte iniciou uma série de audiências para analisar as consequências legais da ocupação de Israel dos territórios palestinos desde 1967. O pronunciamento da CIJ não é vinculante, mas qualquer decisão do tribunal é analisada com muita atenção.
Por Redação, com CartaCapital - de Gaza
O ministro das Relações Exteriores da Autoridade Palestina declarou nesta segunda-feira em uma audiência na Corte Internacional de Justiça (CIJ) que seu povo sofre com o “colonialismo e apartheid” sob a ocupação israelense.
– Os palestinos sofrem com o colonialismo e o apartheid (…) Alguns ficam furiosos com estas palavras. Deveriam ficar furiosos com a realidade que estamos sofrendo – argumentou o ministro, Riyad al Malki, no Palácio da Paz, em Haia, sede da CIJ.
A corte iniciou uma série de audiências para analisar as consequências legais da ocupação de Israel dos territórios palestinos desde 1967.
O tribunal celebra as audiências após a Assembleia Geral da ONU solicitar a “opinião consultiva”, que não é vinculante, à CIJ sobre as “consequências jurídicas derivadas das políticas e práticas de Israel nos Territórios Palestinos ocupados, incluindo Jerusalém Oriental”.
Um número recorde de 52 países, incluindo Estados Unidos, Rússia e China, devem se pronunciar no processo em Haia.
O pronunciamento da CIJ não é vinculante, mas qualquer decisão do tribunal é analisada com muita atenção em meio à crescente pressão jurídica internacional sobre Israel desde o início da guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque do movimento islamista palestino Hamas em 7 de outubro.
O ataque dos milicianos islamistas no sul de Israel matou 1.160 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da agência francesa de notícias AFP com base em dados oficiais israelenses.
Ofensiva em Gaza
Israel respondeu com uma grande ofensiva em Gaza, com o objetivo de “aniquilar” o Hamas, que governa o território palestino desde 2007. Segundo o movimento palestino, a operação deixou mais de 29 mil mortos até o momento.
As audiências que começaram nesta segunda-feira correspondem a um caso independente do recurso de emergência apresentado pela África do Sul, que argumenta que Israel violou a Convenção para a Prevenção de Genocídios durante a ofensiva em Gaza.