Com gestão da Rock World, complexo será construído próximo à estação de BRT Mato Alto e terá espaço multiuso e centro de convenções. Obras devem começar em 2026 e ficar prontas em dois anos.
Por Redação, com Agenda do Poder – do Rio de Janeiro
A prefeitura do Rio, em parceria com a iniciativa privada, apresentou nesta quinta-feira o projeto do Autódromo Parque de Guaratiba. O complexo, que será erguido na Zona Oeste, é visto como o principal movimento da cidade para tentar retornar ao circuito internacional de automobilismo, do qual está fora desde a demolição da pista de Jacarepaguá, em 2012.

O projeto será liderado pela Genial Investimentos e terá gestão inicial da Rock World, empresa responsável pelo Rock in Rio. As obras estão previstas para começar no primeiro semestre de 2026, com duração de dois anos.
Durante o evento na Cidade das Artes, o prefeito Eduardo Paes (PSD) fez questão de frisar que o equipamento não usará verba pública direta. O financiamento será viabilizado por meio de uma Operação Urbana Consorciada (OUC), permitindo a negociação de potencial construtivo em outras áreas da cidade, como a Barra da Tijuca, para bancar a obra.
– Nesse autódromo, como na Olimpíada, o projeto será sem dinheiro público. Não há necessidade de tirar dinheiro de UPA ou de escolas. Tudo é feito pela capacidade de investimentos do privado – declarou Paes. Aproveitando o fim de semana do GP de Fórmula 1 em Interlagos, o prefeito também provocou a capital paulista: “São Paulo aumenta o volume que a Fórmula 1 vai voltar para o Rio”, alfinetou o alcaide.
Articulação com a Câmara
O lançamento marca também uma vitória da articulação entre o Executivo e o Legislativo. O presidente da Câmara do Rio, Carlo Caiado (PSD), que esteve ao lado de Paes na apresentação, foi o principal fiador do projeto no velho Palácio Pedro Ernesto, onde a proposta foi aprovada em definitivo em 2024.
– O autódromo tem um significado enorme para o Rio de Janeiro. Mais eventos vão acontecer e vai trazer muitos recursos para a nossa cidade – comemorou Caiado na apresentação do autódromo.
A lei aprovada pela Câmara no ano passado autorizou a construção no terreno próximo à estação Mato Alto do BRT. Como contrapartida, os empreendedores deverão construir uma escola pública, uma nova estação de BRT e preservar uma área de manguezal de 43 mil m².
Terreno tem histórico de alagamentos
O terreno em Guaratiba onde o autódromo será erguido é o mesmo que ficou famoso em 2012 por sediar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). Na época, um forte temporal alagou a área, que ficou coberta de lama, forçando a transferência da missa do Papa Francisco para a Praia de Copacabana. O projeto apresentado nesta quinta-feira prevê, segundo os realizadores, a construção de pontos de acúmulo de água para resolver o problema crônico de drenagem da região.
Estrutura internacional
O design do novo autódromo é assinado pela Populous, empresa responsável por projetos como o circuito de Silverstone, no Reino Unido. A pista principal terá 4,71 km, 10 curvas em sentido anti-horário e poderá ser configurada em 11 traçados diferentes, com capacidade para 120 mil pessoas. Simulações indicam que um carro de Fórmula 1 poderia completar a volta em cerca de 1m09s50.
O complexo multiuso prevê ainda um kartódromo, centro de convenções, áreas para experiências off-road e um parque aberto ao público.
Se o cronograma for cumprido, o novo autódromo deve ficar pronto em 2028, encerrando um hiato de 16 anos sem uma pista de corrida na capital fluminense e inserindo Guaratiba no mapa de grandes equipamentos urbanos do Rio.